Vamos falar hoje da guerra civil espanhola.
Uma das razões para este conflito foram os problemas econômicos que assolaram o mundo na década de 30, o que começou com a queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929. Assim, na Espanha, caiu a Monarquia e foi derrubada a ditadura do General Primo de Rivera. Em 1931 foi proclamada a República, obrigando o Rei Afonso XIII a fugir para o exílio. Com todas estas transformações, a Espanha sonhava seguir os passos de outros países ocidentais, passando por uma reforma e separando a Igreja do Estado, além de apoiar a organização sindical e a liberdade de expressão. Porém, isso não se tornou realidade e a Espanha passou a vivenciar uma forte batalha de classes e problemas econômicos, o que deixou toda a sociedade frustrada.
O sucesso de Adolf Hitler em outros países, como a Áustria, deixou a direita espanhola animada e eles iniciaram conspirações pra cima do governo, contando com o apoio de regimes fascistas, como Itália, Alemanha e Portugal, e dos militares. Os partidos de direita acreditavam que assim conseguiriam derrubar com facilidade a República e instituir as suas ideias. Finalmente, em julho de 1936, o General Francisco Franco lança o exército pra cima do governo. A atuação do povo em cidades importantes, como Barcelona e Madri, foi importante para impedir o sucesso deste golpe.
Um país dividido
Com o início da Guerra Civil Espanhola, a Espanha ficou dividida em áreas republicanas, comandadas pelos esquerdistas, e áreas nacionalistas, dominadas pelas forças do General Franco.
Generalíssimo Franco
Nas mãos nacionalistas ficaram a Galícia, Castilha, Navarra, Aragon e partes da Andalucía. Enquanto isso, Barcelona, Valência e Madri ficaram nas mãos dos republicanos.
Divisão geográfica da Espanha durante a Guerra Civil
Aconteceu simultaneamente uma revolução social com a coletivização das terras e a dominação das fábricas e meios de comunicação pelos sindicatos. Porém, o fator determinante para o desfecho da Guerra Civil Espanhola foi a superioridade militar do General Franco. No ano de 1938, as suas forças dividiram o país, isolando a região da Catalunha.
Ao final da Guerra, o número de mortos ficou entre 330 e 405 mil, além de milhares de prédios destruídos e a renda per capita da população caiu 30%. Isso levou o país a uma forte estagnação econômica que durou cerca de 30 anos. Após a sua vitória, Franco e suas forças conseguiram ocupar o país inteiro, começando assim o regime totalitário chamado de Franquismo, que ficou em pé até a sua morte, ocorrida em 1975.
Com o fim da Guerra Civil Espanhola, Francisco Franco assumiu o poder e contou com o apoio dos nazistas e fascistas da Europa. Com este envolvimento da Itália e da Alemanha na disputa, começaram os preparativos para a II Guerra Mundial.
Uma das grandes tragédias deste combate aconteceu em 26 de abril de 1937, quando o povoado de Guernica foi totalmente destruído com o bombardeio de aviões enviados por Adolf Hitler para ajudar o General Franco. O bombardeio durou, aproximadamente, 15 minutos. O pintor Pablo Picasso, em 1937, representou este fato histórico em uma de suas telas e colocou o conflito no centro das atenções de um jeito sutil.
Guernica - tela de Pablo Picasso
Ao ser convidado para participar de uma exposição mundial, ele expôs sua obra a intelectuais e artistas de todo o planeta. A tela retrata perfeitamente o desespero e o sofrimento dos homens ao mostrar uma mulher carregando uma criança morta nos seus braços. Todas as pessoas retratadas olham para o céu, como forma de horror e impotência diante daqueles bombardeios.
Este conflito é muito importante para ajudar a entender a história da Espanha e como ela está formada hoje, sendo indispensável a sua abordagem no estudo da História Contemporânea. Por ter um conteúdo e representar uma batalha fortemente ideológica, a Guerra Civil Espanhola não foi um fato simplesmente da história da Espanha, mas transformou-se em um retrato das forças que disputavam o controle no mundo. Afinal, envolveu o fascismo italiano, o nazismo de Hitler e os ideais da União Soviética. Esta última ficou ao lado do governo republicano.
Vários intelectuais de esquerda do mundo inteiro tomaram parte na guerra do lado republicano: os escritores Ernest Hemingway e George Orwell, e o francês Lois Aragon, André Malraux, John dos Passos, dentre outros.
Hemingway
Hemingway escreveu o belíssimo "Por quem os sinos dobram" retratando a guerra civil.
Filme "Por quem os sinos dobram "
George Orwell
Fontes:
resumoescolar.com.br/historia
wikipedia.org
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