segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Como será para uma família que num certo dia vê agentes da ditadura militar entrarem em sua casa e levarem o patriarca da família ?




Esse é o enredo de, Ainda estou aqui,  de Marcelo Rubens Paiva, que foi levado ao cinema que estreou no último dia 7 de novembro, com direção de Walter Salles com Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Selton Mello.






Trinta e cinco anos depois de Feliz ano velho, a luta de uma família pela verdade Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Em meio à dor, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmeras. Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento negro da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971.


Eunice ao lado do marido, Rubem Paiva, da sogra e dos cinco filhos



Rubens Paiva lia os jornais do dia 20 de janeiro de 1971 em um dos cômodos da sua casa na Rua Delfim Moreira, de frente para o mar, no Leblon, Rio de Janeiro. Estava acompanhado da sua mulher, Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva, mais conhecida por Eunice Paiva. Os dois tinham 41 anos e cinco filhos — quatro meninas e um menino. Já tinham passeado pela praia com alguns amigos, aproveitando o calor e o sol daquela manhã, feriado de São Sebastião. As crianças brincavam ou dormiam. Era cedo.

De repente, seis agentes batem na porta, pedem identificação. Depois de algumas palavras levam Rubens para prestar esclarecimentos sobre esquerdistas, comunistas, endereços de esconderijos, aparelhos, estas coisas que assustam militares fascistas. Ele era deputado pelo PTB, cassado pelos militares. A revolução chegava na família pela segunda vez depois do golpe de quase sete anos antes, em  31 de março de 1964. Os tempos eram de escuridão absoluta. Perseguição, tortura, horror.

O crime de Rubens Paiva, engenheiro na época, era receber cartas de exilados no Chile e repassá-las para familiares e amigos.


No livro, acompanhamos a visão de uma criança sem entender direito o que está acontecendo —a ditadura, perseguição, pessoas desaparecidas, tanques de exército na rua. Já no filme, temos uma visão a partir de Eunice Paiva: o silêncio, o luto, o vazio deixado pela morte do marido.

Sentimos uma mistura de emoções: uma tensão e ansiedade principalmente no começo do livro e, mais para o final, uma tristeza e sensação de impotência.
Vários momentos emocionam, sobretudo quando o autor aborda o processo de descoberta e tratamento do Alzheimer de Eunice. Marcelo abre o coração ao falar da mãe cada vez mais doente. 


Fontes:

divros.com
wikipedia.org
youtube.com
google.com
uol.com.br
brasildefato.com.br

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