Vamos falar hoje do filósofo romano Sêneca.
Sêneca
De família nobre, Lúcio Aneu Sêneca (em latim, Lucius Annaeus Seneca), nasceu em Córdoba, atual Espanha, na época possessão romana, por volta de 4 a.C. e morreu em Roma, no ano 65 d.c.. Filho de Marco Aneu Sêneca (Sêneca, o Velho), um destacado orador, desde pequeno viveu em Roma, local donde estudou Filosofia e Oratória e, mais tarde, Direito. Ficou famoso pela influência que possuía, trabalhando no Senado Romano e ademais, começou a palestrar sendo um dos melhores oradores e intelectuais estoicos de Roma.
Estoicismo é uma corrente filosófica da Grécia antiga, fundada por Zenão de Cítio por volta do século III a.C. Ideia difundida por Sêneca consisti em aceitar a vida como ela é e superar as diversidades e as agruras com resiliência.
A visão de mundo trazida por Sêneca e seus contemporâneos é de caráter pouco abstrato do pensamento da versão romana que até então vigorava, onde as questões sobre a natureza nem sempre aparecem vinculadas à preocupação ética.
Sêneca rompera com essa tradição. Ele desenvolveu uma nova abordagem prática de filosofia, que compreendia a ética, pois considerava a filosofia um assunto eminentemente prático. Ele percebeu que estava trilhando uma nova concepção a respeito da filosofia, tanto que não hesitava em tomar de outras correntes filosóficas elementos que podiam contribuir para formular um pensamento que ensine a viver bem. Sêneca vai além do materialismo estóico, descobre a consciência como força espiritual e moral, ela é o conhecimento do bem e do mal, originário e ineliminável. E outra descoberta, ainda não pensada pela filosofia grega era a vontade como uma faculdade distinta do conhecimento. Porém, não soube dar um adequado fundamento teórico a essa descoberta.
Durante sua juventude seu interesse pela filosofia começou com o pitagorismo e posteriormente se interessou pelo estoicismo. Aos 26 anos foi escolhido para preceptor do Imperador Nero. Esteve à frente do império por quase dez anos.
Quanto ao agir humano, Sêneca deu grande importância à dimensão ética interior, negou qualquer valor às diferenças sociais e políticas dos homens: todos os homens são iguais enquanto tais. Não havia filósofo estóico que, mais do que ele, tenha-se oposto à instituição da escravidão exaltado o amor e a fraternidade entre os homens. E dedicou-se a observar as questões existenciais que buscavam consolação diante da dor.
Aos 44 anos, famoso intelectual e orador, faz um discurso no foro, acentuando seu pensamento contrário à instituição da escravidão e as distinções sociais, pondo como fundamento das relações entre os homens a fraternidade e o amor. Sêneca propõe que se deve comportar-se com os inferiores como gostarias que se comportassem contigo aqueles que te são superiores. Tal discurso provocou a ira do imperador romano Calígula, que se sente ofendido e decide matar Sêneca. O filósofo foi salvo por uma das amantes de Calígula que argumentou sobre a frágil saúde de Sêneca, que este não teria vida longa. Sobre sua doença, Sêneca declara que o médico dizia que a batida do pulso indicava uma agitação, mal definida de algo que perturbava as condições normais do organismo. No total o filósofo conheceu cinco imperadores romanos.
Frases famosas de Sêneca:
"É preciso dizer a verdade apenas a quem está disposto a ouvi-la."
"Não é porque certas coisas são difíceis que nós não ousamos, é justamente porque não ousamos que tais coisas são difíceis."
A moral romana ainda não conhecia um equilíbrio tão perfeito; e esse equilíbrio nascia num homem que sofria e lutava, que tirava experiência do pensador e do homem de Estado, sujeito a todas as exigências e conveniências da política; e que todavia sabia elevar-se acima da ruína causada por sanguinários tiranos ou por literatos aduladores. A doutrina moral de Sêneca nasce do amor; e também da dor. É uma contínua tentativa para fortalecer a alma contra as injúrias da sorte e da iniquidade humana; é um Diálogo da Clemência preparação do homem aos combates extremos: deve-se viver entre os próprios bens, entre as coisas mais queridas, como se a todo momento essas pudessem deixar-nos, como se a todo momento a vida mesma viesse a nos faltar. Sêneca se dedicou a observa as dores humanas, o sofrimento, a angústia e a buscar a consolação, a sabedoria, que viessem tranqüilizar as alma infortunadas de temores.
Em 62 solicita permissão a Nero para se afastar dos negócios em Roma, e escreve seus trabalhos filosóficos mais importantes. Em 65 os inimigos de Sêneca fazem uma falsa denúncia a Nero que condena-o à morte através do suicídio. Esta morte foi uma agonia, como descreveu Tácito (Annales XV, 60-5) e foi esplêndidamente ilustrada por Rubens. Corta uma veia do pé em busca de uma morte tranquila. Porém demorou tanto a sangrar que pediu um banho quente para facilitar a hemorragia. Antes, lembra-se de um texto e chama um secretário para copiar um ditado. Enquanto a vida se esvai lentamente deixa seu pensamento imortal através da escrita. Ao final, como Sócrates, acabou tomando o veneno da cicuta.
Fontes:
todamateria.com
infopedia.pt
filosofia.com.br
wikipedia.org
google.com
ebiografia.com
vidasimples.co
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