Hoje 11 de setembro faz 50 anos do golpe militar no Chile, onde foi assassinado o presidente eleito democraticamente, Salvador Allende. O que seguiu depois foram anos de falta de liberdade, tortura e morte de adversários políticos, liderado pelo sanguinário Augusto Pinochet.
Ataque ao Palácio presidencial de La Moneda
O Golpe de Estado de 11 de Setembro, ocorrido no Chile em 11 de setembro 1973, foi um golpe militar que derrubou o regime democrático constitucional do Chile e de seu presidente, Salvador Allende, tendo sido articulado conjuntamente por oficiais sediosos da marinha e do exército chileno, com apoio militar e financeiro do governo dos Estados Unidos, e da CIA, como aconteceu em outros países sulamericannois como Brasil, Uruguai e Argentina, bem como de organizações terroristas chilenas, como a Patria y Libertad, de tendências nacionalistas-neofascistas, tendo sido encabeçado pelo general Augusto Pinochet, que se proclamou presidente.
Salvador Allende Gossens foi um médico, político e presidente do Chile de 1970 a 1973.
Foi o primeiro socialista a ser eleito presidente no mundo e isto gerou inquietação no governo dos Estados Unidos e de forças conservadoras do Chile.
Seu governo acabou com um golpe de Estado em 1973 quando Allende preferiu se suicidar a ter que se entregar. A versão de suicídio foi dada como oficial pelos golpistas, no entanto muitos jornalistas e testemunhas disseram que ele na verdade foi assassinado.
No final de 1972, uma greve de caminhoneiros e protestos da classe média paralisa o país. Começa boicote por parte de produtores e comerciantes chilenos que se estenderá ao largo de 1973 e deixará a população sem produtos básicos como leite ou carne. Naturalmente, florece um mercado negro onde os ricos podem comprar esses alimentos.
Após uma tentativa de golpe contra Allende, em junho de 1973, o General Prats renuncia ao posto de comandante em chefe e indica o General Augusto Pinochet para substituí-lo dado seu caráter profissional e apolítico.
Apoiado pela direita, a burguesia e os americanos, o General Pinochet lidera, então, um ataque a capital onde o palácio presidencial é sitiado.
Allende nega-se a sair e recusa todos o oferecimentos de asilo que são feitos por nações estrangeiras. Quando os militares invadem o lugar ele é morto com um tiro.
Dias depois, Pinochet instalaria a ditadura militar no Chile que duraria até 1990.
Na obra chamada Allende: Eu Não Me Renderei (do original Allende: Yo No Me Rendiré, publicado pela Editora Ceibo), escrita pelo jornalista Francisco Marín e pelo legista Luís Ravanal, que participou da exumação ao corpo do ex-presidente em maio de 2011. Além de mostrar resultados de perícias feitas durante essa exumação e também exames anteriores, os autores recolheram testemunhos de pessoas que estiveram em La Moneda no dia 11 de setembro de 1973, durante e depois da invasão do palácio pelas tropas do exército.
Segundo o jornalista Francisco Marín, coautor do livro lançado no começo do mês setembro de 2013 em Santiago, as evidências apresentadas pelo livro não deixam dúvida de que Allende não cometeu suicídio. “A tese do suicídio se impôs através dos tempos, porque as pessoas que a construíram fizeram de tudo para que a história omitisse os detalhes que demonstram que não foi assim, mas se você buscar o rastro deixado pelos relatos do mesmo dia do golpe, e daí por diante, verá que ela é insustentável”.
Entre as principais evidências contra a tese do suicídio estão os exames apresentados por Ravanal. Um deles mostra um orifício na parte do crânio que corresponde à testa, que teria sido produzido por uma arma de baixo calibre. Pela tese do suicídio, Allende teria se matado com um tiro na parte de baixo do queixo, usando um fuzil AK-47, que lhe havia sido presenteado pelo líder cubano Fidel Castro. O orifício encontrado na testa seria, segundo o médico forense, de tamanho incompatível com o fuzil.
Outra dúvida surgida durante a investigação do livro diz respeito a uma autópsia realizada ao corpo no mesmo dia de sua morte, pelos médicos do Hospital Militar. Nela, se observa a descrição de outro orifício, na parte posterior do crânio de Allende. A existência desse orifício não pode ser constatada atualmente, porque parte dos restos do ex-presidente se perderam, incluindo esse pedaço do crânio.
Além das provas documentais, o livro analisa contradições dos relatos em que a tese do suicídio se baseia, como o do médico Patricio Guijón, considerado a única testemunha ocular da morte de Allende. “O primeiro depoimento oficial de Guijón, no mesmo dia 11, fala que ele não viu o disparo, somente viu o corpo caindo depois de já ter atirado. No segundo, dias depois, ele diz que viu tudo, desde Allende preparando a arma entre as pernas. São versões muito diferentes em outros detalhes também e, além disso, outras pessoas que estiveram no palácio disseram que era impossível que o médico estivesse estado no palácio naquele momento", afirma Marin.
A democracia e o Estado de Direito devem sempre prevalecer sobre ditaduras, onde liberdades são violentadas e direitos são suprimidos.
Fontes:
wikipedia.org
google.com
todamateria.com.br
operamundi.uol.com.br
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