domingo, 30 de abril de 2023

 Vamos falar do romance de José Lins do Rego , Riacho Doce.





José Lins do Rego (1901-1957) foi um escritor brasileiro. Seu romance, "Menino de Engenho", lhe deu o prêmio Graça Aranha. Sua obra-prima, "Riacho Doce", foi transformada em minissérie para a televisão.

José Lins do Rego integrou o "Movimento Regionalista do Nordeste". É patrono da Academia Paraibana de Letras e foi eleito para a cadeira n.º 25 da Academia Brasileira de Letras.

José Lins do Rego Cavalcanti nasceu no engenho Corredor, no município de Pilar, Paraíba, no dia 3 de junho de 1901. Filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti, tradicional família da oligarquia do Nordeste açucareiro.

O romance foi publicado em 1939, um ano depois da chegada do autor ao Rio de Janeiro e retrata uma pequena vila de pescadores perto de Maceió, Alagoas, e ficou famoso pela minissérie com o mesmo nome exibida na Globo em 1990, com Vera Fischer e Carlos Alberto Riccelli.



Capítulo 1

"Lembrava-se  da manhã de seu embarque, do mês inteiro de travessia, da viagem monótona, das horas de angústia, com o pensamento na terra que ficara para trás com os seus, os pais, os irmãos, os amigos, e na terra que seria a de seu futuro, a da sua vida a começar. Vida nova, novos céus para ver, novas árvores, nova gente, uma experiência que tentava com coragem, com vontade firme de ir para diante. Agora tudo seria uma espécie de jogo perigoso com o seu destino. Pensara muito na resolução que tomara. O marido ansiava pela oportunidade apresentada. Era um homem que queria dar de si, uma natureza procurando expansão para sonhos de grandeza. Ficar na terra era se limitar, continuar uma tradição de vida miúda, ser o que tinham sido seus avós, continuar, continuar, sem que houvesse horizontes, perspectivas de ir além dos outros. Era melhor aceitar o convite. Havia muito longe uma terra que se fazia ainda, um mundo novo precisando de gente de sangue vivo, de energia capaz. Viria para essa terra, seria dessa terra. Tudo devia-se quebrar entre ele e os seus. Porque eles vinham nascer outra vez. Uma alma nova devia substituir velhas concepções, hábitos antigos se perderiam. Muitos outros tinham realizado esta façanha, muitos que se haviam botado para o outro lado do mundo perderam o contato, se fizeram como o de uma carne, de um sangue, de um corpo, de um espírito que nada se assemelhavam a tudo que fora deles antigamente" (p.22)


A história conta a trama de Edna e Carlos, um casal sueco que vem ao Brasil, onde Carlos, um engenheiro vem trabalhar na prospecção de petróleo.

Chegando em Riacho Doce, Edna se envolve com No, um pescador local, neto de Aninha, uma senhora muito respeitada na região, que fica indignada com a relação da estrangeira com seu neto.

Em Riacho Doce, José Lins do Rego, mostra 


Fontes:

do Rego, José Lins - Riacho Doce
gvcult.blogosfera.uol.com.br
garotadabiblioteca.blogspot.com
google.com
maceioalagoas.com
ebiografia.com

sexta-feira, 28 de abril de 2023



Em 28 de abril de 1945, chegou ao fim o fascismo na Itália.





A execução de Mussolini foi o último ato do declínio político do líder fascista que já durava um ano e meio, desde sua derrubada em julho de 1943.

A queda de Mussolini: julho de 1943 Mussolini foi derrubado e preso em 25 de julho de 1943, sendo substituído por Pietro Badoglio. O descontentamento com Mussolini era tão intenso que, quando a notícia de sua queda foi anunciada no rádio, as pessoas se alegraram porque acreditavam que isso traria o fim da guerra. A prisão de Mussolini durou menos de dois meses. Em 12 de setembro, ele foi libertado pelos paraquedistas alemães da SS do hotel-prisão no Gran Sasso, na Itália central. O resgate salvou Mussolini de ser entregue aos Aliados de acordo com o armistício.



Mussolini ao centro resgatado por soldados alemães





Três dias após seu resgate, Mussolini foi levado à Alemanha para um encontro com Hitler em Rastenburg, em seu quartel-general na Prússia Oriental. Apesar das declarações públicas de apoio, Hitler estava claramente chocado com a aparência desleixada e abatida de Mussolini, bem como sua relutância em ir atrás dos homens em Roma que o derrubaram. Por cerca de um ano e meio, Mussolini viveu em Gargnano, no Lago Garda, na Lombardia, norte da Itália. Embora ele insistisse publicamente que estava no controle total, ele sabia que não passava de um governante fantoche sob a proteção dos alemães. Na verdade, ele vivia sob o que equivalia a uma prisão domiciliar pela SS, que restringia suas comunicações e viagens.Em 21 de abril de 1944, Hitler convoca Mussolini para uma reunião. Mussolini, que estava deprimido e cansado do curso que a guerra havia tomado, apenas ouve o líder nazista. Na reunião, Hitler diz que cientistas alemães estavam preparando armas que mudariam o cenário da guerra. Quando Mussolini pediu a Hitler que lhe desse mais detalhes, este apenas lhe disse para ter confiança no que seus homens estavam preparando. Mussolini, porém, não ficou atrás: alguns meses depois, começaria a falar de uma “arma secreta” italiana conhecida como o “raio da morte” que Marconi, o inventor do rádio, havia inventado nos anos 1930. Contudo, nenhuma arma nova apareceu.

No dia 22 de abril, Mussolini daria sua última entrevista perante uma centena de oficiais da Guarda Republicana, reunidos no pátio da prefeitura de Milão. Foi, na verdade, um monólogo do Duce sobre o fascismo, o nazismo e a guerra. Falou sobre seu projeto de “socialização mundial” e seu desejo de paz que teria sido impedido.



Última foto de Mussolini vivo




Em 23 de abril, as tropas aliadas entraram na cidade de Parma e, no dia seguinte, libertaram Gênova. A rápida aproximação dos aliados, fez Mussolini decidir por deixar Milão, o que ele fez na noite, do dia 25 de abril. Seguiu na direção da cidade de Como acompanhado pelo tenente Birzer e seus homens, encarregados por Hitler de escoltar Mussolini aonde quer que ele fosse. A cidade de Como parecia um refúgio seguro e isolado para esconder-se. Não foi, porém, o que Mussolini e sua escolta encontraram e na madrugada do dia 26 seguiram para o norte. Enquanto isso, em Milão, ocorria uma insurreição geral contra as forças nazifascistas e o jornal Corriere della Sera anunciava em primeira página: “Mussolini desaparece de Milão depois de dramáticas prevaricações”.

Enquanto isso, Mussolini e comitiva viajavam em caminhões onde se escondiam mais de cinquenta pessoas: todos membros do governo fascista além de suas esposas e filhos. Mussolini disfarçava-se usando um traje de baixa patente militar. Por volta das 16h do dia 27 de abril, próximo à cidade de Dongo, os veículos foram detidos por guerrilheiros da Resistência antifascita italiana. Mussolini foi reconhecido sob a bancada do caminhão. Foi prontamente desarmado de sua metralhadora e pistola Glisenti, preso e teve sua maleta confiscada. Todos os outros membros da comitiva também foram presos. Alguns se renderam espontaneamente, outros ofereceram dinheiro e objetos de valor para comprar a liberdade. Os ocupantes de um carro blindado tentaram resistir iniciando um tiroteio. Alguns tentaram fugir pulando no lago. No dia seguinte, 16 entre os mais proeminentes expoentes do regime, foram fuzilados sumariamente na beira do lago de Dongo; nas duas noites seguintes, outros dez prisioneiros foram mortos.

Não demorou para chegar, em Milão, a notícia da prisão de Mussolini. Os guerrilheiros temiam um golpe fascista para tentar libertar Mussolini, ou alguma tentativa dos Aliados de se apoderar dele (a 34ª Divisão dos Estados Unidos estava chegando a Dongo). Por isso, nas horas seguintes, Mussolini e Clara Petacci foram transferidos para diferentes esconderijos. Por volta das 3h da madrugada do dia 28 de abril, Mussolini de Clara Petacci foram alojados em Bonzanigo. O que se passou a partir desse momento, tem inúmeras histórias e versões. A versão histórica ou oficial é o resultado dos depoimentos prestados pelos três executores. São versões diferentes, mas concordam na forma como foi feita a execução, diferindo nas atitudes e palavras faladas. O casal foi levado até Villa Belmonte, uma graciosa residência de férias, e ali foram metralhados no portão da residência. Segundo uma das versões, as últimas palavras de Mussolini – em óbvia deferência à sua personalidade egocêntrica – foram: Atirem aqui (apontando para o peito). Não destruam meu perfil.


Mussolini e Clara Petacci



Os corpos de Mussolini, Clara Petacci e outros 16 baleados foram carregados em um caminhão; um pano foi estendido sobre eles no qual os guerrilheiros se sentaram durante a viagem. O veículo partiu para Milão por volta das 18h onde chegou na madrugada do dia 29 de abril. Os 18 corpos foram jogados no chão da Piazzale Loreto. Ao amanhecer, os primeiros transeuntes notaram os corpos e logo a praça lotou de gente. A confusão se fez: os cadáveres foram pisoteados e desfigurados. Muitos insultaram, zombaram, cuspiram, chutaram e urinaram sobre os cadáveres. Uma mulher disparou cinco tiros contra o cadáver de Mussolini para vingar seus cinco filhos mortos na guerra. Um estandarte fascista foi colocado na mão de Mussolini para zombaria.




O outrora poderoso líder fascista jazia estendido sem vida no chão à mercê de seus detratores.
Seus corpos foram pendurados numa ponte em Milão.


Da esquerda para a direita, os corpos de Bombacci, Mussolini, Clara Petacci, Pavolini e Starace na Piazzale Loreto, em Milão, 29.4.1945.




Fontes:

ensinarhistoria.com.br/linha-do-tempo/execucao-de-mussolini-italia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
Wikipedia.org
google.com

quinta-feira, 27 de abril de 2023

 Vamos falar da obra prima do poeta alemão Johann Wolfgang Goëthe (1749-1832), Fausto.





Fausto é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes. Está redigido como uma peça de teatro com diálogos rimados, pensado mais para ser lido que para ser encenado.

A tradução que utilizei para leitura foi a do poeta português Antonio Feliciano de Castilho.

Sobre a tradução disse Castilho:

''Porque pois traduzi eu o Fausto, se já em Portugal, e como de portas a dentro, se achava traduzido ? Direi isso  francamente e em poucas palavras:

A primeira leitura que meu irmão me fez de seu Fausto, com aquele fogo e intimativa que lhe anima a declamação, e que nem na prática mais correntia e doméstica o desacompanha, maravilhou-me, absorveu-me, aturdiu-me; nada mais vi que excelência e formosuras!  Como porém somos conhecido de largos anos, e sei que a qualificação de grand dupeur d`oreilles¹ que a si mesmo dava Andrieux,² em ninguém acertou nunca mais à própria que em meu irmão, requeri logo segunda leitura, feita por outrem, despida de prestígios e pausada''

¹ - Grande trapaceiro de ouvido - ouvidos atentos

² - Poeta francês François Andrieux


Nesta, posto não desaparecerem o motivo de minha primeira admiração, tive azo de ir descobrindo suas máculas, das que Horácio perdoava:

"quas aunt incuria fudit,
aut humana parum cavit natura"


³ - que ou o descuido derrama, ou a natureza humana tem pouco deixado. Os erros são da Natureza Humana

Voltando à obra de Goëthe:

A criação da obra ocupou toda a vida de Goethe, ainda que não de maneira contínua. A primeira versão foi composta em 1775, mas era apenas um esboço conhecido como Urfaust (Proto-Fausto). Outro esboço foi feito em 1791, intitulado Faust, ein Fragment (Fausto, um fragmento), e também não chegou a ser publicado.


A versão definitiva só seria escrita e publicada por Goethe no ano de 1808, sob o título Faust, eine Tragödie (Fausto, uma tragédia). A problemática humana expressada no Fausto foi retomada a partir de 1826, quando ele começou a escrever uma segunda parte. Esta foi publicada postumamente sob o título de Faust. Der Tragödie zweiter Teil in fünf Akten (Fausto. Segunda parte da tragédia, em cinco atos) em 1832.

Para entender o verdadeiro significado da figura do doutor Fausto, torna-se importante ressaltar que não se trata apenas de um charlatão que se tornou rico e famoso por ter feito um pacto com o diabo, como se propaga comumente.





A Parte I -

Personagens:  

Henrique Fausto (Heinrich Faust), um sábio erudito. Esse personagem literário é possivelmente baseado na vida do mago Johann Georg Faust (c.1480-c.1540).

Mefistófoles, um demônio;
Margarida (Margarete ou Gretchen), o amor de Fausto;
Marta (Marthe), a vizinha de Margarida;
Valentim (Valentin), irmão de Margarida;
Wagner, assistente de Fausto.

É uma história complexa que abarca múltiplos cenários. Não está dividida em atos, mas sim em cenas. Após um poema dedicatório e um prelúdio, a ação começa no Céu, onde Mefistófeles faz uma aposta com Deus: diz que poderá conquistar a alma de Fausto - um favorito de Deus -, um sábio que tenta aprender tudo que pode ser conhecido.

Mefistófeles




No interior do estúdio, o cão se transforma em Mefistófeles. Os dois chegam ao acordo - selado com sangue - de que Mefistófeles fará tudo o que ele quiser na Terra e, em troca, Fausto terá de servir o demônio no Inferno. Mas há uma cláusula importante: a alma de Fausto será levada somente quando Mefistófeles criar uma situação de felicidade tão plena que faça com que Fausto deseje que aquele momento dure para sempre. Após o pacto, o demônio o leva a uma taverna em Leipzig - o Porão de Auerbach - onde se encontram com um grupo de estudantes bêbados. Fausto, porém, não encontra ali nada que lhe agrade.

Dali, os dois vão em presença de uma bruxa, que por meio de uma poção dá a Fausto a aparência de um homem jovem e belo. A imagem de Helena de Tróia aparece num espelho mágico, e sua beleza impressiona Fausto enormemente (Helena será personagem importante na Parte II). Na rua, Fausto vê a bela Margarida (Gretchen), e pede que Mefistófeles a consiga para ele. Para o demônio é uma dura tarefa devido à natureza pura da menina. Com joias e a ajuda da vizinha Marta, Mefistófeles consegue um encontro no jardim entre Fausto e Margarida. A moça tem medo de levá-lo ao seu quarto devido à mãe. Fausto dá uma poção do sono a Margarida para adormecer a mãe mas, tragicamente, a poção termina matando-a.




Margarida tem o pressentimento de estar grávida. Valentim está enfurecido pela relação da irmã com Fausto e o desafia a um duelo. Ajudado por Mefistófeles, Fausto mata Valentim, que antes de morrer lança uma maldição contra a irmã. Margarida busca conforto espiritual numa catedral, mas é atormentada por um espírito maligno que a enche de sentimentos de culpa.

Para distraí-lo de Margarida, Mefistófeles leva Fausto à festa da Noite de Santa Valburga (Walpurgisnacht),* onde celebram juntos bruxas e demônios (trata-se uma festa de origem pagã entre 30 de abril e 1 de Maio). Uma jovem bruxa tenta seduzir Fausto em vão. Enquanto isso, Margarida afogou o filho recém-nascido num sinal de desespero e foi condenada à morte pela justiça.




Fausto sente-se culpado por isso e acusa Mefistófeles, que replica que é Fausto quem tem toda a culpa. O demônio consegue a chave da cela de Margarida e Fausto tenta fazer com que ela escape, mas ela resiste porque percebe que ele já não a ama. Ao ver Mefistófeles, Margarida grita "Meu Deus, toda me entrego a teu juízo!". Mefistófeles tira Fausto da cela e diz que "Foi julgada!". Em seguida, um coro celestial afirma "Salvou-se!", indicando que a pureza de Margarida salvou sua alma.


Parte II





Rica em alusões clássicas, na parte II o enredo romântico da primeira é deixado de lado. De fato, é uma obra totalmente diferente da primeira quanto aos temas abordados, que abrangem agora aspectos políticos e sociais. Fausto desperta junto a fadas e inicia um ciclo de aventuras dividido em cinco atos, cada um com um tema diferente.

No final Fausto consegue ir ao Paraíso, por haver perdido apenas metade da aposta com o demônio. Anjos, como mensageiros da vontade divina, anunciam no final do Ato V "Cantemos em coro, Da vitória a palma, O ar está puro: Respire esta alma!", e levam a parte imortal de Fausto ao Céu, derrotando Mefistófeles.




Fontes:

dominiopublico.gov.br
google.com
wikipedia.org
ebookbrasil.org
revistatempodeconquista.com.br
revistacult.uol.com.br



terça-feira, 25 de abril de 2023

 


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Hoje 25 de abril é aniversário daquela que se convencionou chamar "A Revolução dos Cravos" em Portugal, que pôs fim a um dos maiores períodos ditatoriais na Europa, a ditadura de Salazar.


Povo e militares em Lisboa

Na noite do dia 24 de abril de 45 anos atrás, o capitão Delgado Fonseca ouviu pelo rádio a canção "E Depois do Adeus". Era o primeiro sinal para que as tropas ficassem a postos. "Na época, eu era diretor do curso de operações especiais em Lamego. Quando saiu a senha da revolução, às 11 da noite, neutralizei o comandante e marchei para o Porto com uma companhia reforçada com armas pesadas. Chegamos lá às seis da manhã", conta o ex militar.


                           E depois do adeus - Paulo de Carvalho


Mais tarde, passando um pouco da meia noite do dia 25 de abril, veio o segundo sinal, também em forma de melodia. A canção "Grândola, Vila Morena" foi tocada, dando a confirmação para que cada tropa avançasse. "A missão inicial era tomar o quartel da polícia política, a PIDE, mas quando chegamos tinham falhado alguns camaradas e então nos pediram para ir reforçar na cidade. As minhas forças acabaram por ter que ocupar todas as rádios e, portanto, foi a força principal que atuou no Porto", relembra o ex capitão.

Grândola - Vila Morena - Zeca Afonso



Grândola, Vila Morena é um poema e canção composta e cantada por José Afonso, sendo escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) como segundo sinal para colocar os militares revoltosos em marcha, iniciando a Revolução de 25 de Abril de 1974. A canção, revolucionária desde cedo, tornou-se o hino da Revolução. Foi escrita e gravada em outubro de 1971, após uma visita à Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense de Grândola, no |Alentejo.






Militares em Lisboa


A Revolução dos Cravos é o nome dado à revolta militar de 25 de abril de 1974 que provocou a queda em Portugal da ditadura de Antônio Oliveira Salazar, quem dominava o país desde 1926, a mais longeva da Europa. O fim deste regime, conhecido como Estado Novo, permitiu que as últimas colônias portuguesas conseguissem sua independência após uma longa guerra colonial contra a metrópole, e que Portugal mesmo se convertesse em um estado de direito democrático. As ações militares foram lideradas pelo comandante Salgueiro Maia, quem, à frente das forças da Escola Prática de Cavalaria, ocupou o Terreiro do Paço nas primeiras horas da manhã do dia 25. Posteriormente, o comandante Maia fez o cerco do quartel do Carmo, onde, com a renúncia do primeiro ministro português Marcelo Caetano, pôs-se fim ao regime salazarista.


Militares em Lisboa



Em 1974, Portugal vivenciava a era das guerras coloniais. "Havia corpos militares em todas as colônias portuguesas, mas os palcos de guerra mais importantes e com mais soldados eram a Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, com mais confronto direto. Mas havia militares em Cabo Verde, em São Tomé, Macau, Timor. Portugal tinha um império enorme na época", conta o historiador Luís Farinha.


Os movimentos independentistas eram contidos com o envio de centenas de militares de Portugal para as colônias ao longo de anos. As tensões crescentes nos locais de maior conflito deram origem ao Movimento das Forças Armadas — MFA, em 1973, formado em sua maioria por capitães que buscavam o fim dos confrontos. "Foi uma consequência natural das guerras, que estavam perdidas", lembra o ex capitão Delgado Fonseca, que chegou a comandar 600 homens em Angola. "Estávamos à beira de uma derrota geral nas colônias e nem os generais nem o poder político arranjavam solução para aquilo, se recusavam. Tivemos que ser nós, os jovens comandantes", complementa.






Depois de uma primeira tentativa frustrada, no mês de março, as lideranças do MFA conseguiram por em prática um plano bem coordenado por todo o país, começando no fim da tarde do dia 24 de abril. "A operação militar foi simples e todos reagiram bem dentro de uma estrutura nacional. Todo mundo se mexeu na mesma hora. Foi um golpe militar simples, barato e fácil", conta o ex capitão Delgado Fonseca.

As ações consistiam em deter comandantes e ocupar quartéis e outras instalações ligadas ao regime ditatorial, como as sedes da PIDE, órgãos de censura e da imprensa partidária. Também foram ocupadas sedes de rádios, televisão e o aeroporto.


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Antes do amanhecer do dia 25, os objetivos estavam alcançados. O governo tentou reagir, mas os oficiais se recusaram a lutar contra o movimento. "Foi uma revolução muito curiosa, porque o povo estava muito atrasado politicamente. As forças políticas que existiam estavam clandestinas, que era o Partido Comunista Português, e mais nada. O Partido Socialista tinha acabado de se formar na Alemanha e só tinham quadros fora. Aqui havia o partido do poder, de forma que foi realmente o povo na rua que mexeu as coisas. O bonito começou quando a população se integrou e começou a revolução a sério", lembra o ex capitão Delgado Fonseca.

A população saiu às ruas e distribuía cravos vermelhos ( a flor nacional) para os soldados rebeldes.






O presidente Marcelo Caetano, foi deposto e se exilou no Brasil.


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Depois de quase meio século, a democracia voltou para Portugal.


Fontes:
wikipedia.org
seuhistory.com
br.sputniknews.com
infoescola.com
youtube.com.br
google.com.br




Vamos falar hoje sobre um dos maiores atores do Brasil : Lima Duarte.





Ariclenes Venâncio Martins, conhecido pelo nome artístico Lima Duarte, é um reconhecido ator brasileiro.

Lima Duarte nasceu no povoado de Desemboque, distrito de Sacramento, em Minas Gerais, no dia 29 de março de 1930.

Desde a década de 70, o prestigiado ator trabalha em projetos de televisão, cinema e teatro.









Ariclenes Venâncio Martins veio ao mundo em uma cidade pequena de Minas Gerais.

Filho do boiadeiro Antônio José Martins com uma artista circense, o jovem tinha dois irmãos que ajudavam o pai a trabalhar na propriedade.

Ariclenes foi incentivado e enviado pelo pai para a cidade grande (São Paulo), quando tinha 16 anos.

Chegou em São Paulo, de carona, num caminhão carregado de mangas, chegando no bairro da Penha.

Apesar de ter saído do interior, os primeiros anos de vida foram essenciais para a construção do ator:


"Eu sou um ator que me baseio, principalmente e primordialmente, na memória emotiva. Portanto, todos personagens estão dentro de mim e são de Sacramento e do Desemboque"

É um dos pioneiros da televisão no Brasil, tendo atuado como sonoplasta, câmera, diretor e ator.

Trabalho na TV Tupi, onde dirigiu novelas como O Direito de Nascer e Beto Rockfeller.


Na Globo seu primeiro grande sucesso foi interpretando Zeca Diabo na novela o Bem Amado de 1973.





Em 1975, na primeira versão da telenovela Pecado Capital, exibida pela Rede Globo, interpretou o empresário da alta moda Salviano Lisboa, que se apaixona por Lucinha (Betty Faria), uma desconhecida e pobre operária de sua empresa.



Seu nome artístico "Lima Duarte", foi sugerido por sua mãe, América Martins, artista de circo, que também era medium e deu-lhe o nome de seu guia espiritual.

Dois de seus maiores personagens foram Sinhozinho Malta de Roque Santeiro de 1985 e Sassá Mutema de Salvador da Pátria de 1989.

Sinhozinho Malta

Sassá Mutema




Lima Duarte teve três uniões. A primeira com Marisa Sanches (1951-1961), na ocasião Marisa tinha uma filha chamada Débora, que acabou por adotar o sobrenome do padrasto.

A segunda união foi com Martha Godoy de Freitas, o casal ficou junto por três anos (1965-1968).

O terceiro relacionamento foi com Mara Martins. A união que durou 18 anos (1970-1989) rendeu três filhos: Julia, Mônica e Pedro.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
ebiografia.com
purepeople.com.br




segunda-feira, 24 de abril de 2023

 Vamos falar do poeta português,  Bocage.




bocage


Manuel Maria Barbosa du Bocage nasceu em Setúbal, às margens do rio Sado, em Portugal, no dia 15 de setembro de 1765. Filho de José Luís Soares de Barbosa, juiz de fora e ouvidor, e de Mariana Joaquina Xavier l'Hedois Lustoff du Bocage, descendente de família da Normandia, região histórica do noroeste da França.

Em 1783 Bocage alistou-se na Marinha de Guerra, embarcando para a Índia três anos depois, onde foi promovido a tenente e mandado para Damão, desertando logo depois.


Só tu, meu bem, me arrebatas/ A vontade, o pensamento;/ Vivo de ...


Ao fugir da Marinha, viveu em Macau e de lá retornou ao seu país em 1790. No regresso à Lisboa, apaixonou-se pela mulher do seu irmão e entregou-se à boemia. Nessa época, escreveu versos sobre a desilusão amorosa e as dificuldades financeiras.


Esteve no Rio de Janeiro em 1796 viveu na atual Rua Teófilo Otoni, e diz o "Dicionário de Curiosidades do Rio de Janeiro" de A. Campos - Da Costa e Silva, pg 48, que "gostou tanto da cidade que, pretendendo permanecer definitivamente, dedicou ao vice-rei algumas poesias-canção cheias de bajulações, visando atingir seus objetivos. Sendo porém o vice-rei avesso a elogios, e admoestado com algumas rimas de baixo calão, que originaram a famosa frase: "quem tem c... tem medo, e eu também posso errar", fê-lo prosseguir viagem para as Índias.


Bocage Statue In Botafogo Rio De Janeiro Brazil Stock Photo ...
Estátua de Bocage no bairro de Botafogo - RJ

Bocage e o Arcadismo

Considerado como o grande poeta do Arcadismo de Portugal, apesar de ter deixado fama de poeta satírico, Bocage é um dos maiores poetas líricos da literatura portuguesa.


Autorretrato


Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.



Com o pseudônimo de Elmano Sadino, participou da associação de poetas denominada “Nova Arcádia” ou Academia das Belas-Artes, que surgiu em Portugal em 1790, escrevendo poesias que falam de pastores, ovelhas e da mitologia clássica.

O próprio nome do movimento faz referência à Arcádia, região da Grécia onde, segundo a mitologia, pastores e pastoras levavam uma vida inocente e feliz, em contato com a natureza.


BOCAGE

ARREITADA DONZELA

Arreitada donzela em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito:

De louro pelo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados:

Como é inda boçal, perde os sentidos;
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.


A academia publicou algumas poesias sob o título de Almanaque das Musas e teve curta duração, conquistando prestígio somente com a produção de Bocage e de José Agostinho de Macedo. Indispondo-se com o mesmo, ao satirizar os confrades, afastou-se da academia.

Carta a Marília

Em 1797 Bocage foi preso ao divulgar o poema Carta a Marília, cujo verso inicial é “Pavorosa Ilusão de Eternidade”.

Acusado de impiedade e antimonarquismo é condenado pela Inquisição e passa meses na masmorra do Limoeiro, de onde saiu para o convento dos oratorianos, até se conformar com as convenções religiosas e morais da época.

Ao voltar à liberdade, Bocage levou uma vida dedicada à tradução de autores latinos e franceses. Confira um trecho da sua poesia:


Pavorosa Ilusão de Eternidade,
Terror dos vivos, cárcere dos mortos;
D’almas vãs sonhos vão, chamado inferno;
Sistema de política opressora,
Freio que a mão dos déspotas, dos bonzos
Forjou para a boçal credulidade;
Dogma funesto, que o remorso arraigas
Nos termos corações, e a paz lhe arrancas:
Dogma funesto, detestável crença,
Que envenena delícias inocentes! (...)

Poeta Lírico

Bocage deixou fama de poeta satírico e, com o tempo seu nome tornou-se sinônimo de contador de histórias picantes e obscenas. No entanto, o criador produziu também os mais belos poemas líricos, a ponto de ser colocado ao lado de Camões e Antero de Quintal, como figuras máximas da poesia portuguesa.


poesia erotica - Bocage

Soneto Infernal


Dizem que o rei cruel do Averno imundo
Tem entre as pernas caralhaz lanceta,
Para meter do cu na aberta greta
A quem não foder bem cá neste mundo:

Tremei, humanos, deste mal profundo,
Deixai essas lições, sabida peta,
Foda-se a salvo, coma-se a punheta:
Este prazer da vida mais jucundo.

Se pois guardar devemos castidade,
Para que nos deu Deus porras leiteiras,
Senão para foder com liberdade?

Fodam-se pois, casadas e solteiras,
E seja isto já; que é curta a idade,
E as horas de prazer voam ligeiras.




Ó Formosura!


Piolhos cria o cabelo mais dourado;
Branca remela o olho mais vistoso;
Pelo nariz do rosto mais formoso
O monco se divisa pendurado:

Pela boca do rosto mais corado
Hálito sai, às vezes bem asqueroso;
A mais nevada mão sempre é forçoso;
Que de sua dona o cu tenha tocado:

Ao pé dele a melhor natura mora,
Que deitando no mês pode gordura,
Fétido mijo lança a qualquer hora:

Caga o cu mais alvo merda pura;
Pois se é isto o que tanto se namora,
Em ti mijo, em ti cago, ó formosura!


Fontes:
ebiografia.com
todamateria.com
google.com
antoniomiranda.com.br
wikipedia.org

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...