terça-feira, 17 de junho de 2025

Paris é uma Festa - Ernest Hemingway, título original The Moveable Feast.






Ernest começou a escrever este livro em Cuba, no outono de 1957; trabalhou nele em Ketchum, Idaho, no inverno de 1958-1959; levou os originais para a Espanha,  em abril de 1959; trouxe-os de volta para Cuba e mais tarde, no fim do outono daquele ano, de novo para Ketchum. Terminou de escrevê-lo na primavera de 1960, em Cuba.



Hemingway e esposa - Hadley




O livro apresenta as memórias de Hemingway a respeito do tempo em que viveu em Paris, na década de 20. Na época, o autor (hoje considerado um dos maiores escritores americanos de todos os tempos, vencedor de prêmios como Pulitzer e Nobel) tinha apenas vinte e poucos anos e ensaiava seus primeiros textos. Havia deixado o jornalismo para se dedicar à literatura, mas ainda não se encorajava a escrever romances. Seus contos despertavam pouco interesse e raros eram publicados. Como resultado, o dinheiro estava sempre curto. Ainda assim, Hemingway era feliz. Estava apaixonado por sua esposa, Hadley Richardson, sua primeira esposa, com quem tinha se casado em 1921. Conhecia gente interessante e morava em uma cidade linda.



É possível sentir em cada página o carinho de Hemingway por esse tempo já distante de sua vida. Como o livro foi escrito na década de 50, fica perceptível a saudade com que o autor lembra da rotina que vivia, dos lugares que frequentava (entre eles a famosa livraria Shakespeare and Company, ponto de encontro de escritores que anos depois se tornariam pilares da literatura mundial) e das pessoas que conhecia andando a esmo, entrando em um café aqui, em um bar ali e que, eventualmente, se tornavam amigos. Entre elas, James Joyce, Gertrude Stein, Ezra Pound, Ford Madox Ford e, claro, Scott Fitzgerald (que na época começava a ser reconhecido pela crítica – embora não pelo público – por “O Grande Gatsby”). Este último ganha um capítulo à parte no qual Hemingway fala sobre a convivência com o amigo, deixa clara sua admiração ao colega escritor, e discorre um pouco a respeito do complicado relacionamento de Scott e Zelda. Foi nessa época também que Hemingway passou a ler nomes como Simenon, Tolstói e Dostoiévski (revelando apreço pela obra dos primeiros, nem tanto pela do último).

Ernest Hemingway


Havia dias em que Hemingway não tinha dinheiro ao menos para almoçar e não devia ser menos frustrante não ter quase ninguém interessado em seus textos, mas apesar das dificuldades, fica claro que aqueles eram tempos leves e felizes. Tempos em que ele ainda não enfrentava problemas como alcoolismo e depressão.

Se você não se alimentava bem em Paris, tinha sempre uma fome danada, pois todas as padarias exibiam coisas maravilhosas em suas vitrinas e muitas pessoas comiam ao ar livre, em mesas na calçada, de modo que por toda a parte via comida ou sentia o seu cheiro. Se você abandonou o jornalismo e ninguém nos Estados Unidos se interessa em publicar o que está escrevendo, se é obrigado a mentir em casa, explicando que já almoçara com alguém, o melhor que tem a fazer é passear nos jardins do Luxembourg, onde não via nem cheirava comida, desde a Place de l'Observatoire até a rue de Vaugirard.  (Cap. VIII - p.27)

Hemingway, viveu na Paris dos anos 20, após a Primeira Guerra Mundial, onde a nata dos intelectuais e dos artistas se reuniam. O bairro de Montparnasse, conhecido pelos seus cafés e bares, era um importante centro de atividade artística e intelectual. 


La Rotonde - Montparnase






Também o bairro de Montmartre, com o seu ambiente boêmio e os seus estúdios de artistas, atraía muitos artistas. O Quartier Latin, que é um dos bairros mais antigos de Paris, também era um local onde muitos intelectuais e artistas se reuniam.

Moulin  Rouge

Hemingway convivia com artistas e escritores como Scott Fitzgerald, Gertrud Stein. Ezra Pound, dentre outros.


Quando já não havia luz no Luxembourg, podia voltar pelos jardins e dar um pulo ao apartamento-estúdio onde Gertrude Stein morava, na rue de Fleurus, 27.  Minha mulher e eu já nos havíamos apresentado a Miss Stein, e tanto ela como a amiga com quem vivia tinham sido muito cordiais e amistosas conosco; ficámos apaixonados pelo estúdio e seus quadros maravilhosos. Era como uma das melhores salas do mais belo museu, com a vantagem de haver uma enorme lareira que nos proporcionava calor e conforto e delas nos oferecerem boas coisas para comer, além de chá e licores de destilação natural, feitos de ameixas escuras, ameixas amarelas ou amoras silvestres. Eram bebidas alcoólicas fragrantes, incolores, guardadas em garrafas de cristal lapidado e servidas em cálices; fossem de quetsche, micabelle ou framboise todas tinham o sabor das frutas de que eram feitas e, convertidas em fogo brando ao tocar nossas línguas, aqueciam-nos e nos tornavam comunicativos. 
( Cap.II p. 8 e 9)

Gertrud Stein e Alice B.Toklas


Também tem um capítulo dedicado ao poeta Ezra Pound, um de seus melhores amigos.

Ezra Pound foi sempre um amigo generoso, e vivia procurando ajudar a todo mundo. O estúdio em que morava com Dorothy, sua mulher, na rue Notre-Dame-des-Champs, era tão pobre quanto o de Gertrude Stein era rico. Mas possuía ótima luz, tinha uma boa estufa para aquecê-lo, e nas paredes havia quadros de pintores japoneses, que Ezra apreciava. Creio que esses artistas eram todos nobres, lá em sua terra, e usavam cabelos compridos. Compridos e de um negro brilhante, cabelos que se derramavam para a frente quando os japoneses se curvavam em suas mesuras; confesso que esses orientais me impressionavam muito mais do que suas pinturas. Eu não as entendia bem, mas não tinham qualquer mistério; quando acabei por compreendê-las, verifiquei que não me diziam coisa alguma. Não gostei de chegar a essa conclusão, mas era assim mesmo e não tinha remédio. Os quadros que Dorothy pintava já me agradavam bastante: além disso, era uma mulher bonita e tinha um corpo perfeito. (Cap.XII p.42)


Ezra Pound e Dorothy

Outro grande amigo ao qual Hemingway dedica um capítulo no livro é Scott Fitzgerald.

Uma coisa muito estranha aconteceu quando travei conhecimento com Scott Fitzgerald. Muitas coisas estranhas aconteciam com Scott, mas jamais me poderia esquecer daquela primeira. Ele entrara no Dingo, um bar na rue Delambre, onde eu bebericava com alguns tipos totalmente inexpressivos, apresentou-se e apresentou-nos a um sujeito alto e simpático que o acompanhava, informando que ele era Dunc Chaplin, o grande craque de beisebol. Eu jamais acompanhara o beisebol de Princeton, mas ele era extraordinariamente simpático, calmo, despreocupado e simples, o que de pronto me levou a gostar mais dele do que de Scott. Scott era nessa época um homem de aspecto juvenil, com um rosto entre simpático e bonito. Seus cabelos eram claros e ondulados, a testa era alta, erguendo-se acima de olhos matreiros e cordiais e de uma boca de lábios tão delicados e longos como os de um irlandês; se fossem de moça, seriam os lábios da própria beleza. O queixo era bem construído, as orelhas eram perfeitas e o nariz, de linhas finas, era quase elegante. Tudo isso não bastaria para compor um rosto bonito, mas a impressão de beleza era acentuada pelos cabelos muito claros e pela boca delicada. Tão delicada que nos intrigava enquanto não o conhecíamos e, então, nos intrigava ainda mais. (Cap. XVII p. 57)


Scott Fitzgerald


Paris é uma festa é uma narrativa de Hemingway sobre sua estadia em Paris nos anos 20, embora no começo do livro ele dizer que o leitor poderia considerar como um trabalho de ficção.

Quem assistiu o filme de Woddy Allen, Meia-noite em Paris, vai reconhecer que o livro serviu de inspiração para o filme.



Fontes:

alemdacontracapa.blogspot.com
doceru.com
Hemingway, Ernest - Paris é uma festa
tudosobreparis.com
nationalgeographicbrasil.com
google.com




segunda-feira, 16 de junho de 2025

 

Ezra Pound




Vamos falar hoje do escritor norte-americano Ezra Weston Loomis Pound (Hailey, 30 de outubro de 1885 - Veneza, 1 de novembro de 1972) foi um poeta e crítico literário considerado, ao lado de T.S.Eliot, o principal representante do movimento modernista do início do século XX.












Ele foi o motor de diversos movimentos modernistas, notadamente do Imaginismo, movimento literário que consistia em fazer poesia com uso de imagens, sons, com versos brancos (sem rima) e sem preocupação com a métrica (líder e principal representante) e do Vorticismo, movimento artístico de tendências modernas, baseado no impressionismo e no cubismo, com imagens sobrepostas e com profundidade semelhante ao um vórtice, daí o nome .











O crítico Hugh Kenner disse após conhecer Pound: “De repente, percebi que estava na presença do centro do modernismo".


Ele é o autor de Os Cantos, livro composto de 120 poema, considerado uma das maiores obras literárias do século XX. As partes escritas no final da Segunda Guerra Mundial, receberam o Prêmio Bolligen, em 1948. Através dos Cantos, Ezra Pound influenciou profundamente os poetas de sua geração.






Durante as décadas de 1930 e 1940, tornou-se apologista do fascismo, admirador de Mussolini, publicando para a editora fascista Oswald Mosley. Durante a Segunda Guerra Mundial , ele apresentou programas de rádio na Itália, onde apresentou um ferrenho antiamericanismo.


Hemingway afirmou que "o melhor que Pound escreveu - e que está em Os Cantos - durará enquanto houver literatura"




Canto IV




“Cinza-oliva aqui perto

distante cinza-fumo do rochedo,

Asas rosa-salmão da águia marinha

lançando sombras cinzas sobre a água,

A torre como imenso ganso de um só olho

alça o pescoço acima da aleia de olivas.


E escutamos os faunos a acusar Proteu¹

dentre o cheiro de feno sob as oliveiras.

E as rãs cantando contra os faunos

na penumbra.”


¹ (Proteu - deidade marinha, pastor do rebanho de Poseidon)






Os Cantos compõem um longo poema incompleto com 120 seções, cada uma das quais constitui um canto. A maior parte foi escrita entre 1915 e 1962, embora muito do trabalho inicial tenha sido abandonado e os primeiros cantos publicados datem, na verdade, de 1922 em diante. Trata- se de uma das obras mais expressivas da poesia moderna, em que Pound inclui versos em diversas línguas, e adapta e retoma materiais procedentes de outros autores e de várias tradições, inclusive da China.


É um livro de difícil leitura, na medida que faz referências a inúmeras outras obras de Homero, de Virgílio, de Dante. Personagens históricos como o soldado do século 15 e patrono das artes Sigismundo Pandolfo Malatesta, o jurista elisabetano Edward Coke, Elizabeth I, John Adams e Thomas Jefferson (ambos presidentes do EUA) falam através de fragmentos de seus próprios escritos .






Após o final da Segunda guerra, Pound foi preso como traidor e confinado numa jaula por oito dias. As experiências com a prisão e suas privações causaram problemas psicológicos intensos no escritor, que mais tarde foi considerado doente mental com depressão e paranoia.


Morreu em Veneza, Itália em 1º de novembro de 1972.










Fontes:
history.uol.com.br
wikipedia.org
google.com
culturapara.art.br
posfacio.com.br
infoescola.com
istockphoto.com

sexta-feira, 13 de junho de 2025



Na mitologia grega, as Musas são divindades femininas que inspiravam as artes e as ciências. Elas eram nove filhas de Zeus e Mnemósine (a memória) e cada uma delas era considerada a protetora de uma arte ou ciência específica.


As Musas mais conhecidas são:

Calíope: Musa da poesia épica e da oratória.


Calíope






Clio: Musa da história.

Clio



Euterpe: Musa da música e da poesia lírica.
Tália: Musa da comédia e da poesia leve.
Melpômene: Musa da tragédia.
Erato: Musa da poesia amorosa e da poesia lírica.
Polímnia: Musa da poesia sagrada e da mística.

Polímnia




Urânia: Musa da astronomia.
Terpsícore: Musa da dança.


Terpsícore


As Musas eram reverenciadas como fontes divinas de inspiração e eram frequentemente invocadas pelos artistas e intelectuais para que pudessem criar obras de arte ou escrever com excelência.

Na sua obra - Teogonia, a origem dos deuses - o Professor de literatura grega da USP - José Antonio Torrano, de quem fui aluno de Literatura Grega, fala sobre as Musas:

A manifestação das Musas não é apenas um esplendor e diacosmese¹ que se opõem ao reino das trevas e da carência, mas sobretudo tem no antinômico² reino da Noite o seu fundamento e, ao esplender em seu fundamento, dá a este mesmo reino antinômico a sua fundamentação. Nesta sabedoria arcaica, que encontrou em Heráclito a sua expressão mais clara (e mais obscura), cada contrário, ao surgir à luz da existência, traz também, por determinação de sua própria essência, o seu contrário. (p.18)


¹ - Forma de descrever eventos de forma detalhada e meticulosa
² - contraditório, de modo contrário.




Habitavam o monte Helicón, mas estavam frequentemente no Olimpo a entreter os deuses.


Monte Hélicon



Inicialmente, as musas foram criadas para celebrar a vitória dos deuses sobre os titãs, na chamada Titanomaquia.

As Musasa eram consideradas divindades da primavera, com o tempo a importância delas aumentou até se tornarem deusas – e responsáveis pela inspiração humana.



Fontes:

wiipedia.org
google.com
citaliarestauro.com
www.assisprofessor.com.br
significados.com



quinta-feira, 12 de junho de 2025

 Brasil já foi escrito com Z, no idioma português.


Sim, na década de 1960, o Brasil era comumente escrito com "z" em documentos oficiais e também em outros contextos, apesar de a forma com "s" já estar em uso. A grafia "Brazil" era a mais comum, especialmente no período imperial. No entanto, com a padronização ortográfica em 1931, a forma "Brasil" com "s" foi oficializada, sendo adotada em documentos oficiais e, posteriormente, em outros contextos.

Na década de 60, quando eu cursava o curso primário, hoje, fundamental I, eu escrevia Brazil, com z.

A mudança para a grafia "Brasil" com "s" foi um processo gradual, que teve início no século XIX e foi oficializado em 1931, com o Decreto-Lei nº 20.108, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas.


A grafia "Brazil" com "z" é mantida em inglês, uma vez que a forma "Brazil" era já usada em países anglófonos, como Estados Unidos e Reino Unido, antes da padronização ortográfica em português.






Em outros idiomas, a forma do nome do país pode variar: "Brésil" em francês, "Brasil" em espanhol, "Brasile" em italiano.

A Academia Brasileira de Letras (ABL) e a Academia de Ciências de Lisboa, em colaboração, estabeleceram um acordo ortográfico que oficializou a forma "Brasil" com "s" em 1931.

A mudança para a grafia "Brasil" com "s" teve como objetivo a padronização da língua portuguesa, tanto no Brasil como em Portugal, minimizando inconsistências.

Lembremos que a palavra Brasil vem de brasa, que era escrito com z e depois passou a ser escrita com s.



Fontes:

educamaisbrasil.com.br
brasilescola.com
google.com

quarta-feira, 11 de junho de 2025



Em 25 de setembro de 1513, o explorador espanhol Vasco Núñez de Balboa, depois de quase um mês de travessia em meio a florestas, pântanos e lagoas do istmo do Panamá, encontrou o Oceano Pacífico. Foi o primeiro europeu a avistar o grande oceano a partir de sua costa oriental. Balboa decidiu-se pela aventura diante dos relatos indígenas sobre um rico reino ao sul onde as pessoas usavam utensílios de ouro. Eram as primeiras informações sobre o Império Inca.

Vasco Nuñez Balboa

Vasco Núñez Balboa (1475-1519) nasceu em uma família da pequena nobreza espanhola. Por volta de 1500 juntou-se à uma expedição para a América que pretendia encontrar pérolas ao longo da costa norte da América do Sul (atual Colômbia), então uma região praticamente desconhecida para os europeus. A expedição foi um sucesso em mapear novos litorais, mas não encontrou muitas das pérolas esperadas. Balboa se estabeleceu em seguida em Hispaniola (moderno Haiti/República Dominicana), onde possuía uma plantação, mas seu senso de negócios era ruim, e ele foi obrigado a abandonar a ilha depois de acumular enormes dívidas.
A conquista do Panamá A região que hoje compreende a Colômbia e o Panamá era habitada por diversas etnias que estavam organizadas em cacicados. Os indígenas resistiram à conquista espanhola com suas flechas envenenadas mortais com efeito devastador. Os espanhóis revidaram com armas de fogo e cães ferozes lançados contra as populações nativas. Em 1510, Balboa fundou a colônia de Santa Maria La Antígua de Darién, ou simplesmente Darién localizada em território da atual Colômbia ou no Panamá (não há mais vestígios da cidade que foi abandonada depois de atacada e incendiada pelos indígenas em 1524). Darién foi o primeiro assentamento espanhol permanente no continente americano. Apesar de ser uma região de pântanos, logo passou a ser chamada de Castilla del Oro (“Castela Dourada”) por causa da quantidade de artefatos de ouro trocados e saqueados dos povos locais. Balboa escreveu ao rei na Espanha, de forma exagerada e precipitada, que havia ali “rios de ouro” e que os chefes indígenas tinham “ouro crescendo como milho que eles coletavam em cestos”.

O nome Pacífico foi dado por Fernão de Magalhães, anos mais tarde durante a sua viagem de circunavegação da Terra ao lado de Sebastião Elcano, por achar um mar calmo, ao contrário do encontrado no Atlântico.

Fernão de Magalhães

Sebastião ElCano


"O oceano Pacífico é o maior dos oceanos que cobrem a Terra. A área banhada por ele é de 161,76 milhões de km², quase o dobro da extensão do oceano Atlântico. Esse valor representa uma parcela de 31,7% de toda a área do planeta. Em termos de volume, comporta aproximadamente 660 milhões de km³ de água. Isso é possível graças à sua profundidade média de 4080 metros, também superior à dos demais.

O ponto mais profundo do Pacífico e de toda a hidrosfera terrestre fica nas proximidades das ilhas Marianas, no mar das Filipinas. Trata-se da depressão Challenger, na fossa das Marianas, a 10.924 metros abaixo da superfície.


Fossas Marianas


As temperaturas das águas superficiais do Pacífico correspondem às maiores depois daquelas encontradas no Índico, o mais quente dos oceanos. A média varia entre 21 ºC e 27 ºC, embora, em um intervalo de tempo de 3 a 7 anos, possa ocorrer o resfriamento ou aquecimento das águas equatoriais, dando origem a fenômenos atmosféricos de amplo alcance."


O Oceano Pacífico é 20 centímetro mais alto que o Oceano Atlântico 


"O Pacífico separa o leste da Ásia e da Oceania da porção oeste do continente americano. Ao norte, possui contato com o oceano Ártico através da passagem conhecida como Estreito de Bering, enquanto suas águas meridionais fazem a transição para o oceano Antártico. Além desses, encontra-se também com o Índico e com o Atlântico. É atravessado pela Linha do Equador, que o divide em Pacífico Norte e Pacífico Sul.

As condições climáticas encontradas são bastante distintas em termos regionais. Fruto dos sistemas de pressão e dos sistemas de ventos de oeste e alísios, o sul e o leste do Pacífico possuem clima estável. É importante ressaltar que há, sim, a ocorrência eventos sazonais e também de fenômenos extremos, embora sua frequência seja menor."


Balboa ficou muito intrigado com as histórias que os índios contavam sobre um grande mar a sudoeste, e ele estava determinado a investigar. Outro rumor intrigante que os espanhóis ouviram no Panamá foi sobre um reino dourado bem ao sul, sem dúvida uma referência à então desconhecida civilização inca. Em 1° de setembro de 1513, Balboa organizou uma expedição para explorar mais a região e descobrir se havia realmente outra costa. Um membro dessa expedição foi Francisco Pizarro que, vinte anos depois, conquistaria os incas.



Partindo de Darién, a expedição com 190 ou 200 homens e mais mil carregadores nativos, além de uma matilha de cães, cruzou o istmo em uma linha tão direta quanto possível em direção ao sudoeste. Foi uma rota dificílima em meio a selva densa e cruzando rios e pântanos. Os exploradores avistaram o Oceano Pacífico pela primeira vez do pico de uma montanha em 25 de setembro de 1513 e, no dia 29 eles próprios alcançaram as ondas. Balboa entrou nas águas com armadura completa, espada em uma das mãos e a bandeira de Castela levantada na outra – para tomar posse do oceano em nome do rei da Espanha. Chamou-o de Mar del Sur.



Fontes:

wikipedia.org
google.com
ensinarhistoria.com.br/Joelza Ester Domingues
brasilescola.uol.com.br
bbc.com

terça-feira, 10 de junho de 2025

Vamos falar hoje de  curiosidades sobre a formação de algumas palavras.


QueijoA palavra queijo vem do latim "caseus", da qual a palavra caseína também é derivada. A fonte primária talvez seja da raiz proto-indo-europeu "kwat" que significa "fermentar, tornar azedo". Da palavra latina caseus se derivou o termo em espanhol queso, em português queijo, malay/indonésio keju, em romeno cas e em italiano cacio.

 





EsqueletoDo grego skéleton = armadura, ossatura. Curiosamente em italiano acrescenta-se um erre entre o "t" e o "o" final. Por isso em português, francês e espanhol a palavra está mais próxima do grego.




ConiventeA palavra conivente vem do latim conivere, que significa fechar os olhos para alguma coisa ou ser cúmplice de um ato.
    





Em latim, conivere vem da junção de duas palavras: cum e nictare. Cum é uma preposição que significa “junto com” ou “na companhia de”, e se modificou para con- na palavra conivere. Nictare significa fechar os olhos, pestanejar ou piscar. Nictare se transformou em -nivere e o duplo n de connivere acabou por ser suprimido, se tornando em conivere. Assim, conivere significa literalmente “piscar com alguém” ou “fechar os olhos para alguém”.

HumilharA palavra humilhar vem do latim humiliare, que significa rebaixar.
Em latim, humiliare tem o sentido de abaixar a confiança, a arrogância ou o estatuto de outra pessoa. Esse é o mesmo significado que humilhar, em português.
A palavra humiliare vem da raiz humilis, que significa baixo ou rente ao chão. Por exemplo, uma planta rasteira seria humilis.




PetulanteA palavra petulante vem do latim petulans, ou petulantis, que significa agressivo.




Em latim, o adjetivo petulans indica alguém que é provocante, agressivo ou sempre preparado para atacar. Por causa dessa ideia de agressividade, com o tempo petulans também passou a significar ousado, insolente ou sem vergonha.
A palavra petulans vem da raiz petere, que significa buscar atingir um alvo. O verbo petere também pode ter o sentido de ir na direção de alguém ou alguma coisa com intenção agressiva, ou atacar. Ainda outro significado de petere é seguir ou buscar um caminho. Patere ainda pode ser usado com o sentido de suplicar ou fazer um pedido oficial, uma solicitação. Assim, petulans tem o sentido literal de alguém que age com agressividade ou propósito firme.


Meliante





A palavra meliante vem do espanhol maleante, que significa uma pessoa que faz o mal.
Em espanhol, maleante tem o sentido de alguém que faz coisas ruins, prejudicando outros. Também se chama de maleante um criminoso ou alguém que se dedica a atividades criminosas, como o membro de uma quadrilha.
A palavra maleante vem do verbo malear, que significa estragar ou danificar alguma coisa. Malear também pode significar corromper uma pessoa, “estragando” essa pessoa moralmente. Assim, um maleante é uma pessoa corrompida, que se dedica a atividades corruptas.


Abacaxi :  A etimologia de "abacaxi" é amplamente aceita como sendo de origem tupi, um idioma falado por povos indígenas no Brasil.





A palavra "abacaxi" é formada pela junção de duas palavras tupi: "i'bá", que significa "fruta", e "ká'ti" ou "caxi", que significa "cheiroso", "que recende", ou "que exala aroma".   



Trabalho :  A palavra "trabalho", em português, tem origem no latim "tripalium", que designava um instrumento de tortura composto por três paus ou varas cruzadas. Inicialmente, "trabalho" estava associado à ideia de sofrimento, dor e fadiga. Com o passar do tempo, o significado evoluiu para abarcar a aplicação de forças e faculdades humanas para alcançar um fim.

Tripalium



Fontes:

wikipedia.org
google.com
dicionarioetmologico.com.br
todamateria.com.br
brasilescola.iuol.com.br

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Vamos falar hoje do grande sambista e compositor brasileiro, Ataulfo Alves.



Nascido em 02 de Maio de 1909, na fazenda Cachoeira em Miraí, Minas Gerais, filho de Severino de Souza e Matilde de Jesus.

Com dezoito anos foi para o Rio der Janeiro, onde trabalhou como lavador de vidraças e auxiliar de laboratório numa farmácia.

À noite participa de rodas de samba. 



Casou-se com Judite e teve 5 filhos com ela. 


Aos 20 anos começou a compor e se tornou diretor de harmonia do Fale Quem Quiser , bloco organizado por moradores do bairro do Rio Comprido.

Em 1933, Almirante gravou o samba Sexta-feira , sua primeira composição a ser lançada como gravação. Dias depois, Carmen Miranda gravou sua composição Tempo Perdido , garantindo a entrada de Alves no mundo artístico. Em 1958, apareceu no filme Três Amores no Rio .  Sua discografia ultrapassa 320 canções, sendo um dos nomes mais famosos da música popular brasileira durante o tempo em que atuou.

Foi parceiro de Mário Lago em seus maiores sucessos;  Ai, que saudade da Amélia; e Atire a primeira pedra.


Ai, que saudade da Amélia

Atire a primeira pedra





Meus tempos de criança

Intérpretes importantes, como Clara Nunes, Luiz Melodia, Alaíde Costa e Fabia Cozza , cantaram versões de suas músicas.



Alves morreu no Rio de Janeiro devido a uma úlcera que piorou após uma cirurgia. Ele morreu apenas alguns dias antes de completar 60 anos.  Foi sepultado no Cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
No aniversário de seu nascimento, em Miraí, em 2009, a cidade promoveu a construção de um mausoléu para abrigar seus restos mortais e de seus familiares já falecidos. O memorial está localizado no cemitério São Francisco de Assis. Há também um acervo memorial do compositor na cidade, inaugurado em 2005.  A exposição permanente reúne objetos que pertenceram a Alves e imagens de sua vida, ao lado de personalidades do cenário nacional, internacional e da política nacional.

Em 2009 foi condecorado postumamente com a Ordem do Mérito Cultural.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
youtube.com
ebiografia.com

sexta-feira, 6 de junho de 2025

 A descoberta do zero.


A descoberta do zero é um processo complexo e não se atribui a um único indivíduo ou cultura. A ideia do zero surgiu em diferentes civilizações e foi evoluindo ao longo do tempo. Os babilônios e os maias, por exemplo, usavam símbolos semelhantes ao zero em seus sistemas de numeração, mas foi na Índia que o conceito de zero como um número com propriedades matemáticas foi desenvolvido. O matemático indiano Brahmagupta, no século VII, foi um dos primeiros a tratar o zero como um número e a desenvolver métodos para usá-lo em cálculos.

Imagine como era difícil efetuar uma operação sem a existência do (zero) 0!



Até a Idade Média, ninguém acreditava que “nada” podia ser um número. E isso gerou várias esquisitices que duram ainda hoje. Tradicionalmente, o dia começa às 12 horas e daí passa para 1 (o relógio de 24 horas, com a hora zero, surgiu só no século 19). Também não existe o ano zero no nosso Calendário Gregoriano, que passa de 1 a.C. para 1. d.C. Isso que quer dizer que, entre o ano 1 e o ano 100, existem apenas 99 anos. Por isso, os séculos começam no ano 1, não 0 – na passagem de 1999 para 2000, as pessoas apenas celebraram o último ano do século 20. Mais esquisito ainda: se o cálculo original do ano do nascimento de Jesus estivesse correto, ele teria nascido no ano 1 antes de Cristo. (Mas está errado: o monge Dionísio Exíguo, que calculou o ano de nascimento de Jesus no século 6, se embananou nas contas – o messias provavelmente nasceu entre 7 e 4 a.C.) Esse é apenas o lado superficial.

Sem zero, não havia o sistema numérico posicional, nem a ideia de números decimais ou negativos, certos tipos de equações, plano cartesiano ou cálculo. E sem isso não haveria como surgir a física newtoniana – nem portanto praticamente todo o mundo moderno.

O zero era impensável para os antigos. A matemática surgiu contando contas concretas e achando proporções em objetos reais. Para Pitágoras, o número 1 tinha um valor sagrado, representando a harmonia e unidade do universo. Como o nada poderia ser alguma coisa?



Os numerais gregos – assim como os romanos – não tinham casas, eram sequências de letras representando somas de números inteiros. Era tão complicado que livros matemáticos escreviam muitas vezes os números por extenso. Na prática, contas eram feitas com o ábaco, não no papel.

O zero surgiu da ideia de representar números pela posição – primeiro em povos mesopotâmicos, cujo sistema se baseava em 60, não 10, e colocavam um espaço vazio entre as casas.

Por volta do século 1, astrônomos greco-romanos, como Ptolomeu, usavam o sistema mesopotâmico, com uma bolinha para representar contas que davam em nada – mas seu uso acabou perdido. Isto é, não deu nada. O zero surgiu entre os indianos, por volta do ano 650, chegando à Europa com os árabes, no século 13. O sistema “arábico” foi logo adotado por comerciantes, ainda que os matemáticos tenham continuado a torcer o nariz – com exceções, como o italiano Fibonacci, aquele da sequência Fibonacci ( onde a soma dos dois números anteriores gera o próximo
número 1,1,2,3,5,8,13,21,34,55,89,144,233,377 ) – até o século 16.



Os romanos usavam sua numeração própria, por isso não usavam o zero.

I = 1
V = 5 mão aberta com cinco dedos
X= 10 duas mãos uma sobre a outra - dez dedos
L = 50 representação do grego (χ) invertido ele se assemelha a um L.
C = 100 vem de centum
                   D = 500 -  Φ representação de 500 em grego (vejam que primeira metade do símbolo grego se assemelha a um D)
                                    M = 1000 - mille

Algumas civilizações utilizavam o ábaco, um instrumento para realizar operações aritméticas.

Civilizações antigas, como os sumérios, usavam sistemas de numeração de base 60, onde o zero era representado por um espaço em branco ou um ponto na tabela.

Dificuldade sem o zero:

A ausência do zero e de um sistema posicional tornava as operações matemáticas mais complexas. Por exemplo, para representar o número 317, os romanos teriam que escrever CCCXVII.

Como fazer a subtração de 105 - 5, se o zero não existisse ?!

1  5 - 5 ( o espaço entre o algarismo 1 o 5 representava a centena, mas podia ser confundido com o milhar também. Era bem complicado.

A invenção do zero:

O zero foi inventado pelos hindus, que desenvolveram um sistema numérico posicional de base dez. O zero representava a ausência de um número e permitia a criação de um sistema numérico mais eficiente e prático para cálculos.


Fontes:

wikipedia.org
google.com
aventurasnahistoria.com.br
ciberduvidas.iscte-iul.pt
infoescola.com

quinta-feira, 5 de junho de 2025

 









A Invencível Armada é um termo utilizado para designar a frota marítima-militar espanhola que foi organizada para atacar a Inglaterra e destituir sua governante, a rainha Elizabeth I (1533-1603), da Casa Tudor, a mando do rei Felipe II (1527-98), da Casa Habsburgo.

As origens deste projeto podem ser traçadas até o início do reinado da filha de Henrique VIII com Ana Bolena, em 1559, quando a recém-coroada Elizabeth rejeitaria o pedido do casamento de Felipe II, então viúvo de sua meia-irmã mais velha, Maria I (1516-58). Depois disso, a relação entre os monarcas seria de cordial animosidade por cerca de duas décadas. A cada ano que se passava, porém, o desenvolvimento agressivo do comércio inglês e a atividade de seus corsários contra as possessões ultramarinas de Espanha e Portugal – além da consolidação da ascendência religiosa protestante – tornavam Felipe II cada vez mais politicamente hostil em relação ao governo elisabetano.

Felipe II da Espanha


A eleição de Sisto V (1521-90) como papa, em 1585, foi quando primeiro ocorreram conversas a respeito de uma conquista católica da Inglaterra. A ideia foi consolidada após o saque da Galícia por corsários ingleses no mesmo ano. Em 1586, como parte dos preparativos para a invasão, Felipe II vetou todo comércio entre Inglaterra e a Península Ibérica, além de estimular conspirações para assassinar Elizabeth I e substituí-la pela sua prima católica presa há quase vinte anos – Maria Stuart, rainha destronada da Escócia. Contudo, uma dessas conspirações seria descoberta. Acusada de conveniência com o plano regicida, Maria Stuart foi julgada e decapitada em fevereiro de 1587.


Elizabeth I



Sabendo da participação de Felipe II na conspiração, Elizabeth I ordenou mais ataques corsários contra os territórios espanhóis. Isso não impediria que a Armada organizada ao longo dos últimos anos com as forças combinadas do Império Habsburgo pudesse se reunir, partindo finalmente para atacar o reino inglês em 21 de julho. Eram, no total, 130 navios carregando cerca de 30.000 soldados. As forças inglesas, por outro lado, somavam apenas cerca de 200 navios e 16.000 mil soldados.




No dia 30, a Armada já estava na costa inglesa. Navios espiões, contudo, já haviam detectado a aproximação, causando os primeiros confrontos entre ingleses e espanhóis logo no dia seguinte. Nos próximos dias, ventos empurraram os navios espanhóis contra os adversários, causando confrontos tão violentos que foi necessário que as forças de Felipe II ancorassem em Calais para se reorganizar. Em cinco de agosto, os ingleses lançaram um ataque surpresa envolvendo navios incendiários.




Esta manobra inesperada semeia o terror e um indescritível caos. A fim de escapar às chamas, os capitães ordenam cortar as amarras atando-as às âncoras. A frota espanhola se dispersa em meio à escuridão. Ao alvorecer, o duque de Medina Sidonia se empenha em reagrupar seus navios.

É então que tem início, ao largo de Gravelines, o confronto final com os ingleses. Durante horas, a canhonada ribomba. Os espanhois recebem o fogo do inimigo sem poder responder eficazmente. E para cúmulo da desventura, um forte vento sul empurra os navios em dispersão na direção norte.

Na impossibilidade de reagrupar os 112 navios que lhe restava, sem notícia dos eventuais preparativos da parte do duque de Parma e de suas chatas de desembarque, Médina Sidonia se resigna a retornar à Espanha pela única rota possível em vista das circunstâncias e os ventos: contornar a Escócia e a Irlanda e fazer velas em direção à Espanha.

Desafortunadamente, o mar não foi nem um pouco clemente e muitos navios desapareceram na costa da Irlanda. Tripulantes sobreviventes foram massacrados pelos insulares. Apenas um punhado deles chegaram a rever a terra espanhola.


Fontes:

infoescola.com
google.com
wikipedia.org
operamundi.uol.com.br















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