quinta-feira, 23 de maio de 2024

 






Rua barão de Itapetininga, 70 sede do Partido Popular Paulista (PPP), onde houve a batalha do MMDC em 23 de maio de 1932.


Endereço atual



Na manhã do domingo, 22 de maio de 1932, a notícia da inesperada chegada de Oswaldo Aranha, ministro da Fazenda, a São Paulo causou perplexidade. Sua vinda à capital paulista tinha a notória finalidade de interferir, em nome do chefe do governo provisório Getúlio Vargas, na reforma do secretariado do governo do Estado, sob intervenção desde a ascensão de Getúlio ao poder. Os secretários nomeados eram de inteira confiança do interventor, o embaixador Pedro de Toledo. Uma forte indignação contra o governo federal tomou conta não só das elites paulistas, como também da população, que não concordavam com mais uma intromissão do governo na vida política de São Paulo. Em 1931, o desembargador Laudo de Camargo, que exercia o cargo de interventor em São Paulo, renunciou à função quando foi informado de que o seu secretariado seria trocado pelo Executivo federal à sua revelia. O descontentamento com os rumos da política de Vargas e a situação de inferioridade em que São Paulo se encontrava em relação à política brasileira levaram à formação de uma frente integrada pelos membros do Partido Republicano Paulista (PRP), derrotado pela Revolução de 30, e do Partido Democrático (PD), que havia apoiado Vargas no movimento que o levou ao poder em novembro de 1930. Apesar das posições antagônicas, as correntes acabaram se unindo e iniciando uma campanha pela imediata convocação de uma Assembleia Constituinte e pelo fim das intervenções nos Estados.

Na verdade, a elite paulistana, representadas pelos barões do café, nunca aceitaram terem perdido a influência na política do Brasil, desde a chamada política do café com leite.

Discursos inflamados naquela segunda-feira 23 de Maio de 1932.

Após mais um comício inflamado no centro da capital paulista, comerciantes, estudantes e setores da classe média, resolveram partir em direção à sede do Partido Popular Paulista (PPP).

A sede do PPP estava situada na rua Barão de Itapetininga, número 70, esquina da praça da República. Ao chegar ao local os atacantes foram recebidos à bala pelos que defendiam o prédio e suas vidas, caindo mortalmente feridos Euclydes Bueno Miragaia e Antônio Américo de Camargo Andrade.





No conflito na praça da República em 23 de maio foram vitimados à bala 11 manifestantes, sendo que três caíram mortos no local: Euclydes Bueno Miragaia, Antônio Américo de Camargo Andrade e Mário Martins de Almeida.

O jovem Drausio Marcondes de Souza, de apenas 14 anos, morreu cinco dias depois, em 28 de maio. Outra vítima, Orlando Oliveira Alvarenga, gravemente ferido, morreu 82 dias depois, no dia 12 de agosto, quando o movimento já havia sido batizado com a sigla que trazia as iniciais dos quatro primeiros tombados: MMDC, uma sociedade secreta, organizada no dia 24 de maio.

A história de estudantes mortos é um tanto forçada, além de Dráuzio Marcondes de Souza de 14 anos, que trabalhava com seu pai na farmácia da família, que era estudante, e foi até  a sede do PPP por mera curiosidade. Os demais já eram homens feitos. Mario Martins de Almeida tinha 25 anos na época e era fazendeiro em Sertãozinho.  Euclides Bueno Miragaia tinha 21 anos e trabalhava num cartório no centro de São Paulo, ele era de São José dos Campos. Antonio Américo Camargo, era de uma tradicional família de cafeicultores de Amparo, tinha 31 anos era casado e tinha 3 filhos.

Inflamados pela revolta contra o governo ditador de Getúlio Vargas que tomou o poder em 1930, a população foi às ruas em busca de uma nova Constituição. Nem todos, porém tinham esse ideal nobre de liberdade. Grandes cafeicultores paulistas estavam contra Getúlio porque esse acabou com o poder dos paulistas e mineiros em traçar os rumos da política brasileira, com a chamada politica do café com leite, que vigorava até 1930.

Essa batalha foi o estopim para a Revolução de 9 de Julho de 1932, oficialmente por uma Nova Constituição, mas que tinha um ranço da notoriedade política perdida, transformação de uma sociedade agrícola por uma industrial,    e certos sentimentos de secessão de São Paulo do resto do Brasil.




Fontes:
wikipedia.org
google.com
al.sp.gov.br
blogdogiesbrecht.blogspot.com
aventurasnahistoria.uol.com.br

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