segunda-feira, 31 de outubro de 2022

 Hoje é dia de Halloween.


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A origem da festa do Halloween possui uma grande trajetória, visto ser praticada há mais de 3 mil anos.


Ela surgiu com os celtas, povo que era politeísta e acreditava em diversos deuses relacionados com os animais e as forças da natureza.


Os celtas celebravam o festival de Samhain, o qual tinha a duração de 3 dias, com início no dia 31 de outubro. Nela, além de se comemorar o fim do verão, comemorava-se a passagem do ano celta, que tinha início no dia 1 de novembro.

Cenário de Halloween



Acreditava-se que nesse dia os mortos se levantavam e se apoderavam dos corpos dos vivos. Por esse motivo, eram usadas fantasias e a festa era repleta de artefatos sombrios com o intuito principal de se defenderem desses maus espíritos.


Mais tarde, durante a Idade Média, a Igreja começou a condenar o evento, e daí surgiu o nome “Dia das Bruxas”.


Durante o período Medieval, os curandeiros eram considerados bruxos e por se posicionarem contra os dogmas da Igreja, eles eram queimados na fogueira.


Assim, na tentativa de afastar o caráter pagão da festa, a igreja promoveu alterações no calendário, de modo que o Dia de Todos os Santos passou a ser comemorado no dia 1 de novembro, que antes acontecia no dia 13 de maio.


Daí que o nome Halloween decorre da junção das palavras hallow, que significa "santo", e eve, que significa "véspera".


Com a colonização das terras americanas, a tradição foi incluída na cultura da América, sobretudo nos Estados Unidos.


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Foi nos EUA também que a abóbora passou a ser sinônimo de Halloween. No Reino Unido, o legume mais "entalhado" ou esculpido era o turnip, um tipo de nabo.


Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu ser mais esperto do que o diabo e vagava como um morto-vivo deu origem às luminárias feitas com abóboras que se tornaram o principal símbolo do Halloween american.


Família fantasiada para o Halloween, ou Dia das Bruxas


Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados quanto a Páscoa como a data em que mais se vendem chocolates. Ao longo dos anos, foi "exportado" para outros países, entre eles o Brasil.


Por aqui, desde 2003, também se celebra neste mesma data o Dia do Saci, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas.


Fontes:
todamateria.com.br
bbc.com/portuguese
google.com
wikipedia.org

sábado, 22 de outubro de 2022

Otto Adolf Eichmann, nazista responsável por gerir a logística dos campos de concentração nazista na época da Segunda Guerra Mundial.





Devido ao suas ordens milhões de judeus foram enviados para as câmaras de gás.




Após a derrota nazista, ele fugiu para a Austria, onde viveu até 1950, indo depois para a Argentina, um dos países sul-americanos que abrigaram fugitivos nazistas, outros foram Paraguai e Brasil.

Na Argentina ele trabalhou na Mercedes-Benz, com documentos falsos, até ser encontrado pelo Mossad. Sua identidade foi revelada graças ao namoro de seu filho  Klaus Eichmann com Sylvia, filha de um alemão, não nazista, que fugiu para a Argentina em 1938, antes da guerra, entretanto.

Os agentes do Mossad, serviço secreto israelense, montaram campana no bairro onde Eichmann trabalhava e sua casa, sequestrando-o em 11 de maio de 1960.




Ele foi levado para Israel, onde foi julgado, condenado e enforcado em 31 de maio de 1962.

A escritora, filosofa  e ativista Hanna Arendt, alemã de origem judaica escreveu um impactante livro sobre ele, Eichmann em Jerusalém. Nele ela retrata, não um monstro sádico, mas, um reles burocrata que cumpria ordens de seus superiores sem questioná-las.






Num trecho do julgamento, relatado no livro Eichmann diz:

"Em primeiro lugar, a acusação de assassinato estava
errada: “Com o assassinato dos judeus não tive nada a ver. Nunca matei um judeu, nem um não-judeu
— nunca matei nenhum ser humano. Nunca dei uma ordem para matar fosse um judeu fosse um não-
judeu; simplesmente não fiz isso”, ou, conforme confirmaria depois: “Acontece [...] que nenhuma vez

eu fiz isso” — pois não deixou nenhum dúvida de que teria matado o próprio pai se houvesse
recebido ordem nesse sentido. Por isso ele repetia incessantemente (algo que já declarara nos assim
chamados documentos Sassen, entrevistas dadas por ele em 1955 ao jornalista holandês Sassen,
antigo homem da SS e também fugitivo da justiça, que depois da captura de Eichmann foram publicadas em parte pela revista Life, nos Estados Unidos, e pela Stern, na Alemanha) que só podia ser acusado de “ajudar e assistir” à aniquilação dos judeus, a qual, declarara ele em Jerusalém, fora
“um dos maiores crimes da história da Humanidade”.


Todos que apoiam regimes autoritários e participam dele, ou mesmo se calam diante das atrocidades são igualmente cúmplices.

No julgamento de Nuremberg, muitos nazistas disseram em sua defesa que apenas "cumpriam ordens". Porém o sentimento coletivo de hegemonia de raça e desprezo por outros seres humanos foi quase que total entre o povo alemão.

Quando justificamos as atitudes homofóbicas, racistas, discriminatória e de intolerância, não podemos justificá-las como coisas comuns a que todos estão sujeitos nas mesmas condições. Por isso somos considerados civilizados e vivemos num sociedade civilizada.  O contrário disso é a barbárie e a volta ao Estado Natural, onde tudo o que importava era a sobrevivência, não importando a destruição do outro.



Fontes:
wikipedia.org
google.com
rafaelmaltez.jusbrasil.com.br
docs.google.com

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Vamos falar hoje de um fato histórico da segunda metade do século XX, que abalou e mudou a historia contemporânea brasileira, o atentado na Rua Toneleros.




Carlos Lacerda.


O Brasil vivia sob o governo de Getúlio Vargas eleito democraticamente em 1950 pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).

O governo Vargas sofria dura oposição da UDN (União Democrática Nacional) um partido de extrema direita, que tinha como principal liderança Carlos Lacerda, jornalista que mais tarde se tornou governo do antigo estado da Guanabara, e tido por seus atos antidemocráticos e golpistas contra governos democraticamente eleitos.



A crise enfrentada pelo governo era em parte provocada pela atuação da União Democrática Nacional (UDN), segundo maior partido político do país, que desencadeava campanhas sistemáticas contra Vargas e defendia uma plataforma eminentemente oposicionista visando às eleições legislativas marcadas para outubro de 1954. O principal porta-voz das posições udenistas era o jornal Tribuna da Imprensa, de propriedade de Carlos Lacerda, também candidato à Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal.

A Tribuna combatia Getúlio Vargas mesmo antes do seu retorno à presidência. Na edição de 1º de junho de 1950, Lacerda afirmava que Vargas “não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar”.


Em 2014, Aécio Neves, usou essas mesmas palavras contra a reeleição da então presidenta Dilma Roussef.

Depois que Getúlio assumiu a chefia do Executivo, a Tribuna da Imprensa baseou sua campanha em acusações de corrupção administrativa, se bem que os ataques de caráter pessoal, que incluíam diversos membros da família do presidente, também fossem frequentes. Em 1954, ano eleitoral, a campanha de oposição ao governo se intensificou. Em junho, Vargas foi acusado de malversação de fundos públicos, tendo Lacerda lhe atribuído os epítetos de “patriarca do roubo” e “gerente-geral da corrupção no Brasil.”

O jornal de Lacerda denunciou também a existência de pessoas que aproveitavam suas funções no governo para encobrir atividades escusas. Samuel Wainer, proprietário do jornal Última Hora, foi acusado de se haver valido de seus vínculos com Getúlio para obter vultoso empréstimo no Banco do Brasil. João Goulart, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), situacionista, e ex-ministro do Trabalho, e Ricardo Jafet, presidente do Banco do Brasil, também foram alvo de cerrados ataques.



Getúlio Vargas e ao fundo de chapéu, Gregório Fortunato





Lacerda foi vítima de atentado a bala na porta do prédio onde residia, número 180 da Rua Tonelero, em 5 de agosto de 1954, quando voltava de uma palestra no Colégio São José, no bairro da Tijuca. No atentado da Rua Tonelero, como entrou para a história, morreu o major da Aeronáutica Rubens Vaz, membro de um grupo de jovens oficiais que se dispuseram a acompanhá-lo e protegê-lo das ameaças que vinha sofrendo. Atingido de raspão em um dos pés, Lacerda foi socorrido e medicado em um hospital. Lá mesmo, acusou os homens do Palácio do Catete, sede do poder executivo, como mandantes do crime.

A pressão midiática e a comoção pública com a morte do Major Rubens Vaz obrigaram o governo a instaurar um IPM para investigar o atentado. Rapidamente, os militares ligados a Lacerda fizeram do inquérito o palco perfeito para fomentar ainda mais a crise. Uma série de investigações levou à prisão dos autores do crime, que confessaram o envolvimento do chefe da guarda pessoal de Vargas, Gregório Fortunato e do irmão do presidente, Benjamim Vargas.






A crise instaurada culminou com o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 14 de Agosto de 1954.


Fontes:
wikipedia.org
google.com
fgv.br

sábado, 15 de outubro de 2022


Hoje vamos falar do poeta norte-americano Henry Wadsworth Longfellow.






Nasceu em Portland - Maine - EUA , em 27 de Fevereiro de 1807, e morreu em Cambridge - Massachusetts - EUA  em 24 de Março de 1882.

Foi um grande poeta norte-americano, graduou-se em 1825, depois disso percorreu a Alemanha e familiarizou-se com o Romantismo.

Passou a viver de literatura, e como professor em Harvard, lecionando francês e espanhol.

Alcançou sucesso ao lançar o livro de poemas "Voices in the night" (Vozes da noite) em 1839, onde destacamos o celebre poema; o salmo da vida (The psalm of life).



A Psalm of Life

Tell me not, in mournful numbers,

Life is but an empty dream!
For the soul is dead that slumbers,
And things are not what they seem.


Life is real! Life is earnest!

And the grave is not its goal;
“Dust thou art, to dust returnest,”
Was not spoken of the soul.


Not enjoyment and not sorrow,

Is our destined end or way
But to act that each to-morrow
Find us further than to-day.


Art is long, and Time is fleeting,

And o our hearts, though stout and brave,
Still, like muffled drums, are beating
Funeral marches to the grave.


In the world’s broad field of battle,

In the bivouac of life,
Ben ot like dumb, driven cattle!
Be a hero in the strife!


Trust no future, howe’er pleasant!

Let the dead Past bury its dead!
Act – act in the living Present!
Heart within, and God o’erhead!





Lives of great men all remind us
We can make our lives sublime;
And, departing, leave behind us
Footprints on the sands of time –


Footprints that perhaps another,

Sailing o’er life’s solemn main,
A forlorn and shipwrecked brother,
Seeing, shall take heart again.


Let us then be up and doing!

With a heart for any fate;
Still achieving, still pursuing,
Learn to labour and to wait.



Um Salmo à Vida

Não me fales, em enlutados versos,
Que um sonho vazio seja a vida!
Pois morta é a alma que adormece
E as aparências enganosas são.


Genuína, a vida! Vida, coisa séria!
O fim último o túmulo não é;
“Sois pó e ao pó retornais”,
Assertiva não condizente à alma.


Nem só de alegrias ou de tristezas
Se traçam nossos destinos
Mas de atos cumpridos a fim de que cada amanhã
Um passo melhor do que hoje seja.


Longa é a tarefa e fugaz é o Tempo,
Nosso corações, posto fortes e valentes,
Como tambores surdos ainda tocam
Marchas fúnebres a caminho do túmulo.


Que no amplo campo de batalhas do mundo
No bivaque da vida,
Não sejais gado inerte e submisso!
Um herói sede na luta!


Ainda que promissor, no Futuro não confieis!
Deixai que o Passado morto os que se foram sepulte!
Agi – no Presente em vida, agi!
Com o coração aberto e com Deus no Alto!


Recordar nos fazem todos os grandes homens
Que podemos tornar sublimes nossas vidas;
E, na despedida, deixar devemos
Nas areias do tempo nossas marcas –


Marcas que, quiçá, um outro ser,
Da vida velejando sobre o mar solene,
Um irmão, náufrago à deriva,
Avistando-as, a esperança há de reaver.


Em alerta e em ação permaneçamos sempre.
Com o coração a qualquer situação pronto
Alcançar procurando, perseguindo sempre,
A lutar e a esperar aprendei..



(Tradução de Cunha e Silva Filho)

Em 1872, publicou uma trilogia sobre o cristianismo (Christis, a mistery) Cristo um mistério.

Em 1875 traduziu a Divina Comédia de Dante Alighiere.

Foi amigo de D.Pedro II.



















                             Neil Diamond - Longfellow serenade




Fontes : 

wikipedia.org.
portaentretextos.com.br
youtube.com.br

domingo, 9 de outubro de 2022

 Vamos falar hoje do conto de Mark Twain " A dog's tale" - A história de um cachorro.


Quanto mais aprendo sobre as pessoas, mais gosto de meu cachorro - Mark Twain


Primeiro vamos falar sobre o autor. Quem foi Mark Twain ?



Registrado com o nome de Samuel Langhorne Clemens, mais tarde, ficou conhecido com o pseudônimo de Mark Twain.


Mark Twain (1835-1910) foi um escritor norte-americano, autor dos livros "Aventuras de Tom Sayer" “O Príncipe e o Mendigo”, "As Aventuras de Huckleberry Finn", entre outros. Foi considerado um dos autores mais importantes do oeste americano.


Certa vez Ernest Hemingway disse que toda a literatura norte-americana começou com Huckleberry Finn.

Autor de frases famosas como:



Recolha um cão de rua, dê-lhe de comer e ele não morderá: eis a diferença fundamental entre o cão e o Homem.

 

Vamos agradecer aos idiotas. Não fosse por eles não faríamos tanto sucesso.

 

Algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes. Descobrem sempre novos erros para cometer.

 

Se estiver zangado, conte até cem; se estiver mesmo muito zangado, blasfeme.

 

É melhor merecer honrarias e não recebê-las do que recebê-las sem merecer.

 

A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau.




A História de um cachorro conta a história de Aileen, uma cachorrinha esperta que só conhece uma palavra como sinônimo de amizade, fidelidade.

A narradora da história é a própria Aileen uma cachorra da raça Collie.



CHAPTER I


My father was a St. Bernard, my mother was a collie, but I am a Presbyterian. This is what my mother told me, I do not know these nice distinctions myself. To me they are only fine large words meaning nothing. My mother had a fondness for such; she liked to say them, and see other dogs look surprised and envious, as wondering how she got so much education. But, indeed, it was not real education; it was only show: she got the words by listening in the dining-room and drawing-room when there was company, and by going with the children to Sunday-school and listening there; and whenever she heard a large word she said it over to herself many times, and so was able to keep it until there was a dogmatic gathering in the neighborhood, then she would get it off, and surprise and distress them all, from pocket-pup to mastiff, which rewarded her for all her trouble.

Capítulo I

Meu pai era um São Bernardo, minha mãe era uma collie, mas eu sou uma presbiteriana. Foi o que minha mãe me disse, eu mesma não conheço estas distinções. Para mim não passam de belas palavras graúdas que nada significam. Minha mãe tinha apego a elas; gostava de pronunciá-las e ver os outros cães com ares de surpresa e inveja, querendo saber como ela recebeu tanta instrução. Acontece que não era instrução de verdade; era apenas exibição: ela aprendeu as palavras escutando na sala de jantar e na sala de estar quando havia visitas e indo com as crianças à escola dominical e escutando coisas lá; e toda vez que ouvia uma palavra graúda ela a repetia para si mesma muitas vezes e assim a guardava, até que houvesse uma reunião canônica na vizinhança e então ela a pronunciava e surpreendia e deprimia todos aqueles, de filhote de bolso a mastim, que a recompensavam por todo o seu esforço.




CHAPTER II


When I was well grown, at last, I was sold and taken away, and I never saw her again. She was broken-hearted, and so was I, and we cried; but she comforted me as well as she could, and said we were sent into this world for a wise and good purpose, and must do our duties without repining, take our life as we might find it, live it for the best good of others, and never mind about the results; they were not our affair. She said men who did like this would have a noble and beautiful reward by and by in another world, and although we animals would not go there, to do well and right without reward would give to our brief lives a worthiness and dignity which in itself would be a reward. She had gathered these things from time to time when she had gone to the Sunday-school with the children, and had laid them up in her memory more carefully than she had done with those other words and phrases; and she had studied them deeply, for her good and ours. One may see by this that she had a wise and thoughtful head, for all there was so much lightness and vanity in it.




Capítulo II

Quando eu cresci de vez, finalmente, fui vendida e levada embora e nunca mais a vi. Ela ficou de coração partido e eu também, e choramos; mas ela me consolou tão bem quanto podia e disse que fôramos postos nesse mundo com um projeto sábio e bom e devíamos cumprir nossas obrigações sem nos queixar, aceitar nossa vida como nos era oferecida, vivê-la visando ao melhor para os outros e nunca nos importando com os resultados; não eram nosso negócio. Disse que homens que agiam assim não demorariam a ter uma nobre e bela recompensa num outro mundo e, embora nós animais não chegássemos lá, agir bem e corretamente sem recompensa daria a nossas breves vidas um valor e uma dignidade que seriam em si uma recompensa. Ela havia juntado estas coisas de tempos em tempos quando ia à escola dominical com as crianças e as tinha gravado na sua memória mais cuidadosamente do que ocorrera com aquelas outras palavras e frases; e as estudara profundamente para o seu bem e para o nosso. Pode-se ver por isto que possuía uma cabeça sábia e pensativa, por mais que houvesse nela leviandade e vaidade.


CHAPTER III


It was such a charming home!--my new one; a fine great house, with pictures, and delicate decorations, and rich furniture, and no gloom anywhere, but all the wilderness of dainty colors lit up with flooding sunshine; and the spacious grounds around it, and the great garden--oh, greensward, and noble trees, and flowers, no end! And I was the same as a member of the family; and they loved me, and petted me, and did not give me a new name, but called me by my old one that was dear to me because my mother had given it me--Aileen Mavourneen. She got it out of a song; and the Grays knew that song, and said it was a beautiful name.



Capítulo III

Era uma casa encantadora! - o meu novo lar; uma casa grande e bela, com quadros, decorações delicadas, mobílias caras e nenhum canto escuro, mas uma explosão de cores caprichosas iluminadas por uma inundação de luz solar; e o terreno espaçoso que a cercava e o grande jardim - oh, relvado, árvores nobres e flores sem fim! E era como se eu fosse um membro da família; eles me amavam e me mimavam e não me deram um novo nome mas chamavam-me pelo antigo que me era caro porque fora dado por minha mãe - Aileen Mavourneen. Ela tirou de uma canção; e os Grays conheciam aquela canção e disseram que era um belo nome.


Um dia, já tinha chegado o inverno e Aileen dormia no quarto do bebê. A babá tinha saído, quando faísca da lareira caíram no mosqueteiro do berço que começou a pegar fogo. Assustada, a cachorrinha teve como primeiro impulso, fugir do lugar, mas um sentimento maior lhe ocorreu e ela saltou sobre o fogo e puxou o bebê pelas fraldas a tirando do quarto. 

O patrão viu a cena e achou que Aileen estava atacando o bebê e bateu-lhe com a bengala na pata, foi quando a babá esclareceu tudo que o quarto estava em chamas e que a cachorrinha tinha salvado a criança.


Before I could think, I sprang to the floor in my fright, and in a second was half-way to the door; but in the next half-second my mother's farewell was sounding in my ears, and I was back on the bed again. I reached my head through the flames and dragged the baby out by the waist-band, and tugged it along, and we fell to the floor together in a cloud of smoke; I snatched a new hold, and dragged the screaming little creature along and out at the door and around the bend of the hall, and was still tugging away, all excited and happy and proud, when the master's voice shouted:

"Begone you cursed beast!" and I jumped to save myself; but he was furiously quick, and chased me up, striking furiously at me with his cane, I dodging this way and that, in terror, and at last a strong blow fell upon my left foreleg, which made me shriek and fall, for the moment, helpless; the cane went up for another blow, but never descended, for the nurse's voice rang wildly out, "The nursery's on fire!" and the master rushed away in that direction, and my other bones were saved.






Antes que pudesse pensar, saltei ao chão de medo e em um segundo estava a meio caminho da porta; mas no meio segundo seguinte as palavras de despedida de minha mãe soavam em meus ouvidos e eu estava de volta à cama de novo. Enfiei a cabeça por entre as chamas e arranquei o bebê pela cintura da fralda, puxei-o e caímos juntos no chão em meio ao uma nuvem de fumaça; ajeitei melhor a pegada na fralda e arrastei a pequena criatura aos gritos para fora, virando a curva do corredor e ainda a carregava toda excitada, feliz e orgulhosa quando a voz do patrão gritou

- Fora daqui sua besta maldita! - e eu pulei para me salvar; mas ele foi furiosamente rápido e me perseguiu, batendo em mim furiosamente com a bengala, eu me esquivando para cá e para lá, aterrorizada e, finalmente um golpe caiu sobre minha pata dianteira esquerda, o que me fez ganir e cair, por momentos sem defesa; a bengala subiu para outro golpe, mas nunca desceu, pois a voz da babá gritou "O quarto de criança pegou fogo!" e o patrão correu naquela direção e meus ossos foram salvos.


A cachorrinha amedrontada ficou escondida por alguns dias, e ora ou outra ouviam chamar seu nome, mas não se arriscava em atender o chamado.

Um dia ela foi encontrada  por Sadie a filha mais velha da Sra. Gray. Todos se desculparam com ela e a mimaram muito pelos dias subsequentes. Ela era apresentada para as visitas como a heroína que salvou o bebê.




Dias mais tarde homens chegaram à casa e foram para o laboratório do Sr. Gray. Discutiram sobre minha inteligência e outros assuntos dos quais não me interessei muito.

Na primavera a Sra Gray, Sadie e o bebê viajaram e a deixaram com os empregados, o Sr. Gray. Ela e seu filhote que tinha nascido há algum tempo.

Os amigos do Sr. Gray voltaram e pegaram o filhote e o levaram para o laboratório. A cachorrinha ouviu o filhote urrar de dor e sair correndo do laboratório com a cabeça ensanguentada e sem saber a direção correta a tomar.

Ela se aconchegou do filhote, lambeu seu sangue e o agasalhou junto à sua cabeça, tentando diminuir-lhe a dor. O filhote então tombou a cabeça para outro lado e morreu.

O Sr Gray pediu para o empregado enterrar o filhote. Aileen tinha ajudado Sadie a plantar algumas plantas e percebeu que após algum tempo elas floresceram e pensou que o mesmo aconteceria com o filhote.

When the footman had finished and covered little Robin up, he patted my head, and there were tears in his eyes, and he said: "Poor little doggie, you saved HIS child!"


Quando o lacaio terminou e cobriu o pequeno Robin de terra ele tocou com a mão na minha cabeça e havia lágrimas em seus olhos e ele disse: "Coitada da cachorrinha, você salvou o filho DELE"!

A pobre cachorrinha aguardou alguns dias para que seu filhote brotasse da terra, como as plantas que ela ajudou a plantar. Com o tempo foi percebendo que algo terrível aconteceu. Perdeu o apetite e não comia mais. Os empregados lhe traziam comida e a acariciavam na tentativa de animá-la, mas a tristeza tinha tomado conta dela.


"Those poor creatures! They do not suspect. They will come home in the morning, and eagerly ask for the little doggie that did the brave deed, and who of us will be strong enough to say the truth to them: 'The humble little friend is gone where go the beasts that perish.'"
"Estas pobres criaturas! Elas sequer suspeitam. Voltarão para casa de manhã e ansiosamente perguntarão pela cachorrinha que praticou o ato corajoso e qual de nós será forte o bastante para lhes dizer a verdade: "a humilde pequena amiga partiu para onde as bestas perecem".

 

Essa postagem é uma homenagem ao Billy e a Sophie, seres que trouxeram e  trazem alegria , luz e amizade.


Sophie
Billy





Fontes:

dominiopublico.gov.br
tirodeletra.com.br
ebiografia.om
wikipedia.org
google.com


sábado, 8 de outubro de 2022

 O Estrangeiro de Albert Camus.


Escrito em 1942, O estrangeiro é o mais popular dos livros do francês nascido na Argélia Albert Camus. Tão popular que rendeu até música do grupo de rock inglês The Cure (“Killing an Arab”). Tão popular porque, à parte ser a seca narrativa das desventuras de Mersault, é também a narrativa das desventuras do homem do século XX. Uma espécie de autobiografia de todo mundo. Seu drama pode ser lido como o drama de qualquer homem do século, o homem que se depara com o absurdo, ponto central do pensamento camusiano.




The Cure - killing an arab





Albert Camus




Albert Camus (Mondovi, 7 de novembro de 1913 — Villeblevin, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor, romancista, ensaísta, dramaturgo e filósofo francês nascido na Argélia. Foi também jornalista militante engajado na Resistência Francesa e nas discussões morais do pós-guerra. Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos que, aliados ao sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensamento do escritor.

Camus foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura de 1957 "por sua importante produção literária, que, com seriedade lúcida ilumina os problemas da consciência humana em nossos tempos"



Capítulo I


"Hoje, a mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: “Sua mãe falecida: Enterro amanhã. Sentidos pêsames”. Isto não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem. O asilo de velhos fica em Marengo, a oitenta quilômetros de Argel. Tomo o autocarro das duas horas e chego lá à tarde. Assim, posso passar a noite a velar e estou de volta amanhã à noite. Pedi dois dias de folga ao meu chefe e, com um pretexto destes, ele não nos podia recusar. Mas não estava com um ar lá muito satisfeito. Cheguei mesmo a dizer-lhe “A culpa não é minha”. Não respondeu. Pensei então que não devia ter dito estas palavras. A verdade: é que eu não tinha que me desculpar: Ele é que tinha de me dar pêsames. Mas com certeza o fará, depois de amanhã, quando me vir de luto. Por agora é um pouco como se a mãe não tivesse morrido. Depois do enterro, pelo contrário, será um caso arrumado e tudo passará a revestir-se de um ar mais oficial. Tomei o autocarro às duas horas. Estava calor. Como de costume, almocei no restaurante do Celeste. Estavam todos com muita pena de mim, e o Celeste disse-me “Mãe, há só uma.” Quando saí, acompanharam-me à porta. Estava um pouco atordoado e tive que ir a casa do Manuel para lhe pedir emprestados um fumo e uma gravata preta. O Manuel perdeu o tio, há meia dúzia de meses. Tive que correr para não perder o autocarro. Esta pressa, esta correria, e talvez também os solavancos, o cheiro da gasolina, a luminosidade da estrada e do céu, tudo isto contribuiu para que eu adormecesse no caminho. Dormi quase todo o tempo. E quando acordei, estava apertado de encontro a um soldado, que me sorriu e me perguntou se eu vinha de longe."


Já no primeiro capítulo logo na primeira frase o autor já nos dá mostra da personalidade de  Meursault. Parece não estar triste com a morte da mão, tanto que nem lembra o dia de sua morte; e ao dar a notícia ao seu chefe e solicitar dois dias para ir ao enterro diz que "a culpa não era dele"

A história se passa na Argélia, quando o território ainda era colônia francesa. O narrador e personagem principal é Mersault, um homem de poucas palavras e cuja objetividade se confunde com seu comportamento frio.

Há diversas interpretações para o título do livro. O personagem principal pode ser visto como um "estrangeiro" por sua consciência esvaziada, uma aparente indiferença a tudo que acontece.

Outra ideia é que Meursault é estranho à sua própria vida - nem ele entende suas ações. Por fim, o protagonista não deixa de ser um estrangeiro para o leitor, que o acompanha e até se solidariza com ele, mesmo sem nem sempre compreendê-lo. E isso em grande parte se dá pela sinceridade total do narrador, que expõe seus sentimentos sem nenhum tipo de pudor ou filtro.

"Nos primeiros dias do asilo, chorava muitas vezes: Mas era por causa do hábito. Ao fim de alguns meses, choraria se a tirassem do asilo, ainda devido ao hábito. Foi um pouco por isto que, nu último ano quase não a fui visitar, E também porque a visita me tomava o domingo todo sem contar o esforço para ir para o autocarro comprar os bilhetes e fazer duas horas de viagem. " p.7

No dia seguinte ao enterro da mãe, ainda de folga no trabalho resolveu ir para  praia e lá  encontrou uma amiga.


"Ficamos muito tempo na boia, meio adormecidos. Quando o sol se tornou forte de mais, ela mergulhou e eu também. Agarrei-a, passei-lhe um braço em volta da cintura e nadamos os dois juntos. Ela ria muito. No cais, enquanto nos secávamos, disse-me: “Estou mais queimada do que você”. Perguntei-lhe se queria vir comigo à noite ao cinema. Voltou a rir e disse que tinha vontade de ver um filme com o Fernandel. Depois de vestidos, ficou admirada de me ver com uma gravata preta e perguntou-me se eu estava de luto. Disse-lhe que a minha mãe tinha morrido. Como queria saber a quanto tempo, respondi-lhe: “Morreu ontem”. Esboçou um movimento de recuo, mas não fez nenhuma observação. Tive vontade de lhe dizer que a culpa não fora minha, mas detive-me porque me pareceu já ter dito isso mesmo ao meu chefe. Isto nada queria dizer. De qualquer modo, fica-se sempre com um ar um pouco culpado." p.15


Camus nos mostra a cada capítulo a insensibilidade de Meursault e sua total alienação sobre o mundo e as situações que vivenciava. Era um verdade estrangeiro naquela sociedade e naquele mundo.

"Masson perguntou-me então se queria ir dar com ele um passeio pela praia. “A minha mulher dorme sempre a sesta depois de almoço. Eu, não gosto disso. Preciso de andar. Digo-lhe sempre que é melhor para a saúde. Mas no fim de contas, está no seu direito”. Maria declarou que ficava, para ajudar a dona da casa a lavar a loiça. Esta disse que, para isso, era preciso pôr os homens na rua. Descemos os três. O sol caía quase a pique sobre a praia e o seu brilho no mar era insustentável. Já não estava ninguém na praia. Nas casas ao longo do planalto e que olhavam para o mar, ouvia-se o barulho de pratos e de talheres. Mal se respirava, neste calor de pedra que subia do chão. Para principiar, Raimundo e Masson falaram de coisas e pessoas que eu ignorava. Percebi que se conheciam há muito tempo e que, a certa altura, tinham mesmo vivido juntos. Dirigimo-nos para a água e andamos à beira do mar. Às vezes, uma onda mais comprida do que as outras, vinha molhar-nos os sapatos de borracha. Não pensava em nada, porque estava meio adormecido com todo este sol na minha cabeça descoberta. A certa altura, Raimundo disse a Masson qualquer coisa que não consegui ouvir muito bem. Mas distingui ao mesmo tempo, no fim da praia e muito longe de nós, dois Árabes vestidos de azul, que vinham na nossa direção. Olhei par a Raimundo, que me disse: “É ele”. Continuamos a andar. Masson perguntou como é que eles nos podiam ter seguido até aqui. Pensei que nos tinham visto tomar o autocarro com um saco de praia, mas não disse nada. Os Árabes avançavam lentamente e estavam já muito mais perto. Não modificamos o nosso andamento, mas Raimundo disse: “Se houver pancada, tu, Masson, ficas com o segundo. Eu, encarrego-me do meu tipo. Tu, Meursault, se vier outro Árabe, é para ti”. Respondi: “Está bem”, e Masson meteu as mãos nas algibeiras. A areia a ferver parecia-me agora vermelha. Avançamos no mesmo passo para os Árabes. A distância entre nós foi diminuindo pouco a pouco: Quando não estávamos senão a alguns passos uns dos outros, os Árabes detiveram-se. Masson e eu começamos a andar mais devagar. Raimundo foi direito ao “seu tipo”. Não percebi muito bem o que lhe disse, mas o outro fez menção de lhe dar uma cabeçada. Raimundo deu então o primeiro soco e logo a seguir chamou Masson. Masson dirigiu-se ao que lhe fora destinado e deu-lhe dois socos com toda a força. O outro caiu no mar, de barriga para baixo, a cara dentro de água e ficou assim alguns segundos, perto da cabeça dele, rebentavam à superfície bolhas de ar. Durante este tempo, Raimundo continuou a lutar e o outro tinha a cara cheia de sangue. Raimundo voltou-se para mim e disse: “Vais ver o que ele vai apanhar!” Gritei-lhe: “Atenção, o tipo tem uma navalha!” mas Raimundo tinha já o braço aberto e um golpe na boca. " p.32

Nessa narrativa muito bem encadeada, Camus ainda encontra espaço para orquestrar uma crítica à postura francesa em relação à colônia argelina. Um dos personagens centrais da história é o “árabe”. Apesar de ser o estopim para o futuro sombrio de Mersault, ele não é decisivo. Não tem sequer um nome. Ao que parece, sua existência vale muito pouco. Mersault comete uma falta muito grave contra o árabe, mas, no final das contas, é julgado, pela sociedade e pelas leis francesas, por não ter chorado no enterro da mãe e, portanto, ter algum tipo de desvio emocional que pode significar um perigo no futuro.


Num fim de semana, Raimundo convida Meursault e Marie para a cabana de praia de um amigo. Lá eles veem o irmão da namorada rejeitada de Raimundo junto com outro árabe, que Raimundo mencionou que o tem seguido recentemente. Os árabes confrontam Raimundo e seu amigo, e o irmão fere Raimundo com uma faca antes de fugir. Mais tarde, Mersault volta sozinho pela praia, armado com um revólver que tirou de Raimundo para impedi-lo de agir precipitadamente, e encontra o irmão da namorada de Raimundo. Desorientado e à beira de uma insolação, Mersault atira quando o árabe aponta sua faca para ele. É um tiro fatal, mas Mersault atira no homem mais quatro vezes após uma pausa. Ele não divulga ao leitor nenhuma razão específica para este ato ou o que ele sente.

Meursault é preso pelo assassinado do árabe.

Conseguiu um advogado público para a sua defesa.

"No dia seguinte, um advogado veio falar comigo à prisão. Era baixo e gordo, bastante novo ainda, os cabelos cuidadosamente penteados com fixador. Apesar do calor (eu estava em mangas de camisa), envergava um fato escuro, um colarinho duro e uma gravata esquisita, com grandes riscas pretas e brancas. Pôs em cima da cama a pasta que trazia debaixo do braço, apresentou-se e disse que estudara o meu processo. O meu caso era delicado, mas se eu tivesse confiança nele, não duvidava do êxito final. Agradeci-lhe e ele disse-me: “Entremos no fundo da questão”. Sentou-se na cama e explicou-me que tinham andado a investigar a minha vida privada. Tinham descoberto que a minha mãe morrera recentemente no asilo. Procedera-se então a um inquérito em Marengo. Os investigadores tinham sabido que eu “dera provas de insensibilidade” no dia do enterro. “Veja se compreende, disse o advogado, custa-me um bocado perguntar-lhe isto. Mas é muito importante. E será um grande argumento para a acusação, se eu não conseguir dar resposta”. Queria que eu o ajudasse. Perguntou-me se eu, nesse dia, tinha tido pena da minha mãe. Esta pergunta muito me espantou e parecia-me que não era capaz de a fazer a alguém. " p.37



Colocado em uma nova cela, Mersault fica obcecado com sua condenação e apelo iminente e tenta imaginar uma maneira de escapar de seu destino. Ele se recusa repetidamente a ver o capelão da prisão, mas um dia o capelão o visita mesmo assim. Mersault diz que não acredita em Deus e nem se interessa pelo assunto, mas o capelão insiste em tentar afastar Mersault do ateísmo (ou, talvez mais precisamente, do apateísmo) O capelão acredita que o apelo de Mersault terá sucesso em libertá-lo da prisão, mas diz que tal resultado não o livrará de seus sentimentos de culpa nem consertará seu relacionamento com Deus. Eventualmente, Mersault aborda o capelão com raiva. Ele ataca a visão de mundo e a atitude paternalista do capelão e afirma que, ao confrontar a certeza da proximidade de sua morte, ele teve insights sobre a vida e a morte que ele sente com uma confiança além da que o capelão possui. Ele diz que, embora o que dizemos, fazemos ou sentimos possa fazer com que nossas mortes aconteçam em momentos diferentes ou em circunstâncias diferentes, nenhuma dessas coisas pode mudar o fato de que estamos todos condenados a morrer um dia, então nada importa em última instância.

Depois que o capelão vai embora, Mersault encontra algum conforto em pensar sobre os paralelos entre sua situação e como ele acha que sua mãe deve ter se sentido quando estava cercada pela morte e morrendo lentamente no asilo. Gritar com o capelão o esvaziou de toda esperança ou pensamentos de fuga ou um apelo bem-sucedido, então ele é capaz de abrir seu coração "para a indiferença benigna do universo", após o que ele decide que ele foi, e ainda é, feliz. Sua afirmação final é que uma multidão grande e odiosa em sua execução acabará com sua solidão e levará tudo a um fim consumado.




"RECUSEI-ME, pela terceira vez, a receber o capelão. Não tenho nada a
dizer-lhe, não me apetece falar, tenho muito tempo para o ver. O que neste momento me interessa, é fugir à engrenagem, saber se o inevitável pode ter uma saída. Mudaram-me de cela. Desta, quando me estendo na cama, vejo o céu, apenas o céu. Os meus dias inteiros, passo-os a olhar na sua face, o declínio das cores que conduz o dia à noite. Deitado, ponho as mãos debaixo da cabeça e espero. Já não sei quantas vezes perguntei a mim próprio se havia exemplos de condenados à morte que tivessem escapado ao mecanismo implacável, desaparecido antes da execução e fugido ao cordão de polícias. Censurava-me por não ter prestado atenção suficiente às histórias de execuções. Devíamos interessar-nos sempre por estas questões. Nunca se sabe o que pode acontecer. Lera, como toda a gente, reportagens sobre o assunto. Mas havia com certeza livros especializados, que nunca tivera a curiosidade de consultar. Talvez aí eu pudesse ter achado narrativas de evasões. Poderia ter sabido que, pelo menos num caso, a ronda se tinha detido e que, nesta irresistível precipitação, o acaso e a sorte, uma única vez, haviam desempenhado um papel." p.59




Fontes:
amazon.com.br
letras-lyricis.com.br
revistabula.com
google.com
exame com
achadoselidos.com.br
weikipedia.org
youtube.com


terça-feira, 4 de outubro de 2022

 Substantivos epiceno, comum de dois gêneros e sobrecomum.


Substantivo epiceno: da palavra grega ( épikoinos) pelo latim epicoenus, que significa comum.

Diz dos substantivos que designam só um gênero para animais

Ex; Cobra, jacaré, boto, camarão, águia, beija-flor, escorpião.





Nestes substantivo, havendo a necessidade de fazer distinção de gênero, deverão ser utilizadas as palavras macho e fêmea:o jacaré macho;
o jacaré fêmea;
a formiga-macho;
a formiga-fêmea;
o macho da tartaruga;
a fêmea da tartaruga.


O substantivo comum de dois gêneros

O substantivo comum de dois gêneros, chamado também de comum de dois, é um tipo de substantivo uniforme. Ou seja, aquele que apresenta somente um termo para os dois gêneros (masculino e feminino).

Nesse caso, o que diferencia um termo de outro é o artigo que acompanha o substantivo: o, um (masculino), por exemplo: o artista.

a, uma (feminino), por exemplo: a artista.

Outra forma de identificar o gênero do substantivo de dois gêneros é por meio do adjetivo que o acompanha, por exemplo:

Motorista sofre acidente na estrada.

Nesse exemplo, não conseguimos identificar se temos um motorista ou uma motorista, uma vez que a frase não possui um artigo de identificação do gênero.

Motorista argentino sofre acidente na estrada.

Após acrescentar o adjetivo "argentino" já identificamos que o motorista que sofreu o acidente era do sexo masculino.
Exemplos de substantivos comum de dois:


O artista; a artista
O chefe; a chefe
O cliente; a cliente
O colega; a colega
O dentista; a dentista

Substantivos sobrecomum:

"Chamamos de substantivo sobrecomum o substantivo que não admite contrastes de gênero, quer seja morfologicamente, quer seja sintaticamente, ainda que façam referência a pessoas de diferentes sexos. Pareceu complicado? Em outras palavras, dizemos que um substantivo é sobrecomum quando ele apresentar apenas um gênero tanto para o masculino quanto para o feminino. Veja só:

Milton Nascimento é meu ídolo. → Elis Regina é meu ídolo.

Meu professor é um gênio! → Minha professora é um gênio!

Meu filho caçula é um anjo. → Minha filha caçula é um anjo."



Fontes:
languages.oup.com
todamateria.co,m.br
normaculta.com.br
google.com

sábado, 1 de outubro de 2022

Vamos abordar a origem de algumas palavras da língua portuguesa.



Traição -  O termo provém do latim “tradere” que, em linguagem militar, tinha o significado de “entregar nas mãos de alguém”, referindo-se às armas ou à cidade. O substantivo “traditio”, correspondente à entrega, teve seu significado original mudado, passando a ter o sentido de falta de lealdade.

Traíra - àquele que trai, que engana. Traíra também é um peixe carnívoro de água doce no Brasil. Ele se esconde em barrancos, em águas mais rasas para emboscar outros peixes, rãs e insetos.


Eleição - originária do latim electio. O fato é que o latim electio deriva do verbo eligere, por sua vez composto do prefixo ex, “fora”, e legere, “catar, colher”. Portanto, eleger alguma coisa é extraí-la de seu conjunto, como se faz quando se tira um grão de feijão de um saco. Ou escolher alguma coisa ou alguém de um conjunto ou de uma lista.


Concorrer - Do latim concurrere, é literalmente “correr juntos” e referia-se à competição esportiva da corrida na Roma antiga. Até hoje a metáfora da competição, inclusive eleitoral, como uma corrida permanece ligada ao verbo “concorrer” e seus cognatos “concorrência”, “concorrente”, “concurso”, etc.


Voto - Vem do latim votum, particípio do verbo vovere, “prometer, jurar solenemente, fazer um voto (de castidade, por exemplo), fazer votos (de felicidade, etc.)”. Do voto com sentido religioso passou-se ao voto político, que era pronunciado solenemente em voz alta no senado romano. Por sinal, “voto” é da mesma origem que “voz”, e em ambos os casos há a ideia de fala. 


Urna - Na Roma antiga, era um vaso de gargalo estreito e bojo largo que servia para guardar água, óleo, cinzas e… votos. Por incrível que pareça, urna é da mesma origem que urina, e ambas remontam à raiz indo-europeia *wod‑, “água”, que deu water em inglês e vodka (a água que passarinho não bebe) em russo.


Candidato - Vem do latim candidatus, aquele que se vestia de branco (candidus em latim) para concorrer a uma vaga no senado, pois a túnica branca era uma espécie de traje oficial dos políticos da época, assim como o terno hoje em dia. Candidus deu “cândido” e “candura” em português. E como o branco é a cor da pureza, uma pessoa cândida é uma pessoa pura, sem máculas de caráter. Já que cândido é branco, sem manchas, existe até um alvejante de roupas com essa marca. E a lição que fica é que os candidatos a cargos públicos deviam ser pessoas cândidas de caráter, isto é, políticos “ficha limpa”.

Escrutínio - A palavra escrutínio deriva do latim "scrutinium,ii", que significa pesquisa, visita. Votação em que os votos são colocados numa urna. Processo em que os votos são retirados da urna e apurados. Urna em que os votos foram colocados.


Origens indígenas:

Abacaxi -  (ïwaka'ti): ï'wa “fruta” mais “ka'ti” e significa algo que recende.




Açaí -  (ïwasa'i): é o fruto que deita água, que chora, que dá sumo.

Aipim -  (aipĩ): é algo que nasce ou brota do fundo.




Capim -  (ka'apii): “ka'a” é mato e “pii” é um adjetivo de fino, delgado.


Palavras de origem árabe:

Alcachofra - خرشوف - (Kharshuf) - Al (artigo definido, a,as, o os) + Kharshuf.




Arroz - 
أرز - Al + Rus



Alfaiate - خياط - khayaat  - al + raiat

Palavras de origem africana:

Dengo -  Segundo os dicionários, a palavra significa “lamentação infantil”, “manha”, “meiguice”. Contudo, a palavra de origem banta (atualmente Congo, Angola e Moçambique) e língua quicongo tem um sentido mais profundo e ancestral: dengo é um pedido de aconchego no outro em meio ao duro cotidiano.


Caçula - Do quimbundo kazuli, que significa o último da família ou o mais novo.


Moleque - Do quimbundo mu’leke, que significa “filho pequeno” ou “garoto”, era um modo de se chamar os seus filhos de mu’lekes.

Com o passar do tempo, a palavra começou a apresentar um significado pejorativo, devido ao preconceito existente contra tudo o que era próprio dos negros, inclusive o modo como chamavam os seus filhos. Antes da abolição da escravidão, por exemplo, chamar um menino branco de “moleque” era uma grande ofensa.

Atualmente, a palavra “moleque” é atribuída a crianças traquinas e desobedientes. Também é utilizada para qualificar a personalidade de uma pessoa brincalhona ou que não merece confiança.



Fontes:



significados.com.br
diariodeumlinguista.com
dicio.com.br
quindim.com.br
blogs.correiobraziliense.com.br
pt.babbel.com/pt
google.com

Vamos falar hoje de objeto direto e objeto indireto. O objeto direto e o indireto são termos integrantes da oração que completam o se...