sexta-feira, 1 de agosto de 2025

 

Hoje vamos falar do livro Urupês de Monteiro Lobato, especialmente de seu personagem principal; o Jeca Tatu.







Urupês é um livro de contos de Monteiro Lobato, lançado em 1918. Nele o autor traz uma visão depreciativa do caboclo brasileiro, tido como preguiçoso, e sem ambição.


O cenário tratado por Monteiro Lobato do interior do Brasil é de uma terra improdutiva, e mal cuidada . Já as cidades, chamadas por ele de Itaoca, caverna na linguagem Tupi, são decadentes e atrasadas, chefiadas por coronéis que se revezam no poder obtido geralmente pelo chamado "voto de cabresto"

O personagem do Jeca Tatu era retratado como um caboclo ignorante e preguiçoso, com aparência desleixada, que morava numa casinha de sapé, com a mulher, também muito magra, e com muitos filhos.

Ele passava o dia de cócoras, pitando um cigarro de palha, sem ânimo de fazer coisa alguma.
Vivia da pesca de lambaris num riacho próximo, da extração de alguns palmitos e cacos de brejaúva.




Brejaúva, também conhecida como Airi


Tinha até uma propriedade grande, mas nada plantava nela, e nenhuma benfeitoria fazia para tornar o lugar mais agradável.
Tinha algumas galinhas e um porquinho, além de um cachorro. Que viviam a sua própria sorte, porque nem deles o Jeca cuidava.

Passava o dia fumando cigarro de palha e bebendo cachaça.


Um dia um médico passou pela propriedade de Jeca Tatu, e se admirou de ver uma pessoa tão magra, e amarela. Quando foi examiná-lo. Ele se queixou para o médico de muita fadiga, e dores no corpo.

O médico logo desconfiou de uma doença chamada de "ancilostomose", popularmente conhecida como "amarelão".
Jeca Tatu andava descalço, e seus hábitos de higiene, assim como as condições de saneamento em que vivia eram precárias.

O conto também fazia uma séria crítica ao descaso como o governo tratava os indivíduos do campo, sem esgoto, ou água encanada.

Depois de tomar o medicamento receitado e passar a usar botinas, a vida de Jeca mudou radicalmente. Ele passou a ter mais força pra trabalhar, plantar uma horta, cuidar dos animais, e com isso a prosperidade alcançou a sua família.








O que chama atenção na obra é a dura crítica que o autor faz ao sertanejo preguiçoso, cachaceiro e analfabeto. Mas também existem situações cômicas nos contos; " o engraçado arrependo"; " o comprador de fazenda" e "Pollice verso"
Anos mais tarde, Monteiro Lobato se desculpou da visão preconceituosa que ele tinha do caboclo, percebendo que nas condições de vida que ele levava, sem higiene, sem educação e sem cultura, ele estava fadado a viver naquela forma miserável.





O Biotônico Fontoura, é um fortificante criado pelo farmacêutico brasileiro Cândido Fontoura em 1910. O nome foi ideia de Monteiro Lobato, amigo de Cândido Fontoura, e anos mais tarde foi criado o almanaque Fontoura, com histórias baseadas no Jeca Tatu.

Baseado no conto Urupês e na personagem Jeca Tatu, o diretor e ator Mazzaropi criou o seu personagem mais famoso, o Jeca.





Fontes:
www.miniweb.com.br
www.infoescola.com
www.coladaweb.com
ebiografia.com/monteiro_lobato
gazetadopovo.com.br
wikipedia.org
google.com


quinta-feira, 31 de julho de 2025



Idílio




"Idílio" tem dois significados principais: em literatura, refere-se a um poema curto, geralmente de tema pastoril e bucólico, que celebra a vida no campo e a natureza. Por extensão, também pode significar um momento ou situação de felicidade, tranquilidade e harmonia, muitas vezes associado ao amor e à vida a dois.

Em literatura:

Poema idílico:


Idílios do Rei , de Alfred Lord Tennyson

"Idílios do Rei" foi publicado entre 1859 e 1885. É uma série de doze poemas de Tennyson que recontam a história do Rei Arthur. Eles detalham personagens populares como Guinevere e os cavaleiros do Rei Arthur.

Em linhas gerais, o conjunto de poemas descreve as tentativas de Arthur de criar um reino idealizado. Ele eventualmente falha, mas a história é multifacetada e envolvente. Aqui está uma citação do ciclo de 12 poemas:


Eu O encontrei no brilho das estrelas,

Eu o observei na floração de seus campos,

Mas em Seus caminhos com os homens eu não O encontro.

Eu travei Suas guerras e agora eu passo e morro.

Ó eu! pois por que está tudo aqui ao nosso redor

Como se algum deus menor tivesse criado o mundo,

Mas não teve força para moldá-lo como queria,

Até que o Deus Altíssimo o veja do além,

E entrar e torná-lo bonito?



Hermann e Doroteia de Johann Wolfgang von Goethe

"Hermann e Doroteia", de Goethe , é um idílio épico escrito entre 1796 e 1797. O poema se passa nas Guerras Revolucionárias Francesas e acompanha Hermann, um jovem de uma pequena cidade que é enviado para levar roupas e alimentos aos refugiados. Lá, ele conhece Doroteia, uma jovem criada. Ele pretende se casar com ela, apesar dos protestos da família. 

Aqui estão os primeiros versos, conforme traduzidos por Ellen Frothingham:


“Sério, nunca vi o mercado e a rua tão desertos!

Como se tivesse sido varrida, parece que a cidade pereceu! Não cinquenta

Ainda restam, creio eu, todos os nossos habitantes,

O que a curiosidade não fará! aqui está todo mundo correndo,

Apressando-se para contemplar a triste procissão de lamentáveis exilados.



Lícidas de John Milton

" Lícidas" é um famoso idílio de John Milton. Nele, Milton faz alusão às obras de Teócrito. Ele evoca as musas nos primeiros versos, algo que o poeta grego fazia com frequência. No poema, Milton conta a história da morte de Lícidas, um personagem dos idílios de Teócrito, conforme descrito acima. Aqui estão alguns versos do início do poema:

Mais uma vez, ó louros, e mais uma vez

As murtas são marrons, com hera nunca seca,

Venho colher suas frutas ásperas e cruas,

E com dedos forçados e rudes

Quebre suas folhas antes do ano amadurecer.

Amarga restrição e triste ocasião, querida

Me obriga a perturbar sua temporada devida;


Um gênero poético que surgiu na Grécia Antiga, com autores como Teócrito, e se caracteriza por retratar cenas da vida rural, com elementos como pastores, rebanhos e paisagens campestres.

Características:
O idílio busca criar uma atmosfera de paz, simplicidade e beleza, muitas vezes com um tom leve e sentimental.

Exemplos:
Além de Teócrito, poetas como Virgílio, Catulo e Tennyson também escreveram poemas considerados idílios.

Em sentido geral:

Felicidade e harmonia:
Idílio pode ser usado para descrever um momento de grande felicidade, paz e tranquilidade, como um período de amor romântico ou um período de paz e sossego na vida de alguém.

Amor:

Muitas vezes, o termo é usado para descrever um relacionamento amoroso que é idealizado, com momentos de grande ternura, paixão e harmonia.

Sonho e fantasia:

Um idílio também pode se referir a um sonho ou fantasia de um estado de felicidade e perfeição, um ideal inatingível na vida real.

Em resumo, "idílio" pode se referir a um gênero literário específico ou a um estado de espírito de felicidade, harmonia e tranquilidade, seja em um contexto literário ou na vida cotidiana.


Fontes:

poemanalysis.com/genre/idyll
citador.pt/poemas/idilio
wikipedia.org
google.com

quarta-feira, 30 de julho de 2025



Verbos "ver" e "vir".

Qual a forma correta de se conjugar o verbo "ver" no futuro do subjuntivo ?

"Quando ela me vir", "ou quando ela me ver" ?

E do verbo "vir" no futuro do subjuntivo ?

Quando ela vier ou quando ela vir ?

Em ambo os casos a primeira opção é a correta. Para conjugarmos esses verbos na terceira pessoal singular do futuro do subjuntivo, tiramos o sufixo da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.

Complicado ? Nem tanto!

Terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo dos verbos vir e ver.

Eles/elas viram (verbo ver) - tira-se o sufixo am, sobra "vir".
Portanto no futuro do subjuntivo terceira pessoa do singular fica: Ele/ela vir - Quando ela me vir.

Terceira pessoal do plural do pretérito perfeito do indicativo do verbo vir.

Eles/elas vieram (verbo vir) - tira-se o sufixo am , sobra "vier"
Portanto na terceira pessoal do singular do futuro do subjuntivo temos:
Ele/ela "vier" - Quando ele/ela vier.

Conjugação do verbo vir:



Indicativo

presente: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm.
pretérito perfeito: vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram.
pretérito imperfeito: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham.
pretérito mais que perfeito: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram.
futuro do presente: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão.
futuro do pretérito: viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam.

Subjuntivo

presente: que eu venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham.
pretérito imperfeito: se eu viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem.
futuro: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.

Imperativo

afirmativo: vem tu, venha ele, venhamos nós, vinde vós, venham eles.
negativo: não venhas tu, não venha ele, não venhamos nós, não venhais vós, não venham eles.

Formas nominais

Infinitivo impessoal: vir
Infinitivo pessoal: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
gerúndio: vindo
particípio: vindo


Verbo "Ver":



Verbo ver

Indicativo

presente: vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem.
pretérito perfeito: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram.
pretérito imperfeito: via, vias, via, víamos, víeis, viam.
pretérito mais que perfeito: vira, viras, vira, víramos, víreis, viram.
futuro do presente: verei, verás, verá, veremos, vereis, verão.
futuro do pretérito: veria, verias, veria, veríamos, veríeis, veriam.

Subjuntivo

presente: que eu veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam.
pretérito imperfeito: se eu visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem.
futuro: quando eu vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.

Imperativo

afirmativo: vê tu, veja ele, vejamos nós, vede vós, vejam eles.negativo: não vejas tu, não veja ele, não vejamos nós, não vejais vós, não vejam eles.

Formas nominais

infinitivo impessoal: ver
infinitivo pessoal: ver, veres, ver, vermos, verdes, verem.gerúndio: vendo
particípio: visto


Fontes:


lpeu.com.br/q/cdt9u
conjuga-me.net/verbo-vir
conjuga-me.net/verbo-ver
brasilescola.uol.com.br/gramatica/o-uso-dos-verbos-ver-vir

terça-feira, 29 de julho de 2025



A única peça teatral de Ernest Hemingway, autor agraciado com o Nobel de Literatura, A quinta-coluna transporta o leitor aos horrores das batalhas da Guerra Civil espanhola. A insurreição militar das forças direitistas lideradas por Franco, determinando a origem da sangrenta e cruel Guerra Civil que arrasaria o país, mobilizou, portanto, fortemente o espírito e o coração de Hemingway. Para ele, o fascismo era a antítese de todas as qualidades marcantes do povo espanhol, e por isso se opôs aos insurgentes de todas as maneiras possíveis – incluindo quatro visitas às frentes de combate para lutar, de arma na mão, contra as tropas franquistas, e uma série de reportagens que produziu como correspondente de importantes jornais americanos. Foi durante uma dessas prolongadas viagens de observação e solidariedade que, debaixo de pesado bombardeio inimigo, surpreendentemente conseguiu tempo físico e mental para escrever em Madri, no Hotel Florida, o texto de A quinta-coluna.











A expressão " quinta coluna" que significa que um dos lados têm infiltrados, ou traidores, surgiu na Guerra Civil Espanhola, onde o General Francisco Franco disse ter a seu dispor não apenas de quatro colunas, mas de uma quinta coluna com militares dissidentes dos regimes de Madri, que eram contra a República e apoiava os fascistas.


It is seven-thirty in the evening. A corridor on the first floor of the Hotel Florida in Madrid. There is a large white paper hand-printed sign on the door of Room 109 which reads, "Working, Do Not Disturb.". Two girls with two soldiers in International Brigade uniform pass along the corridor. One of the girls stops and looks at the sign.


First soldier: Come on. We haven´t got all night.
Girl: What does it say ?


(The other couple have gone on down the corridor)


Soldier: What does it matter what it says ?
Girl : No, read to me. Be nice to me. Read to me in English.
Soldier : So that´s what I´d draw. A literary one. The hell with it. I won´t read it to you.
Girl: You´re no nice.
Soldier: I´m not supposed to be nice.


(He stands off and looks at her unsteadily)


Do I look nice ? Do you know where I´ve just come from ?


Girl : I don´t care where you come from. You all come from some place dreadful and you all go back there. All I asked yiu was to read me the sign. Come on then, if you won´t.
Soldier: I´ll read it to you. "Working. Do Not Disturb."


(The girl laughs, a very high, hard laugh)


Girl: I´ll get me a sign like that too.


CURTAIN (ACT ONE - SCENE ONE)


São sete e meia da noite. Corredor do primeiro andar do Hotel Florida em Madrid. Há uma grande placa de papel branco impressa à mão na porta da sala 109 que diz: "Trabalhando, não perturbe". Duas meninas com dois soldados uniformizados da Brigada Internacional passam pelo corredor. Uma das meninas para e olha a placa.


Primeiro soldado: Vamos. Não temos a noite toda.


Menina: O que diz?


(O outro casal seguiu pelo corredor)


Soldado: O que importa o que diz?
Menina: Não, leia para mim. Seja legal comigo. Leia para mim em inglês.
Soldado: Então quer que eu desenhe. Literário. Que se dane isso. Eu não vou ler para você.


Menina: Você não é legal.
Soldado: Eu não deveria ser legal. (Ele se afasta e olha para ela sem firmeza) Então eu pareço legal ? Você sabe de onde eu acabei de vir?
Menina: Eu não me importo de onde você vem. Todos vocês vêm de algum lugar terrível e todos voltam para lá. Tudo o que pedi foi que você lesse a placa para mim. Vamos então, se você não quiser.
Soldado: Vou ler para você. "Trabalhando. Não perturbe."


(A menina ri, uma risada muito alta e forte)


Menina: Vou querer uma placa assim também.


Mesmo em circunstâncias tão absurdas, Hemingway escrevia e escrevia, com as cortinas cerradas, aproveitando os intervalos dos estrondos para organizar o pensamento. Naqueles dias a capital espanhola era atacada por quatro colunas franquistas, comandadas por oficiais alemães, enquanto outra, composta por espiões e traidores, agia dentro da própria cidade em favor do inimigo – a quinta coluna. Esperava-se na ocasião uma grande ofensiva, gerando um ambiente de tensão e expectativa. O hotel estava a cerca de mil e quinhentos metros da linha de frente e foi atingido por mais de trinta e oito projéteis de grande poder explosivo. Como correspondente de guerra de jornais americanos, o autor se deslocava até a frente de combate, em meio a bombardeios infernais, e “sempre deixava os originais escondidos e protegidos nas dobras de meu colchão de campanha. Ao voltar, era muito agradável encontrar intatos tanto o quarto quanto eles. Terminei a redação e os remeti para fora do país…”




O Hotel Florida construído em 1922/1924, e derrubado em 1964, era reduto de jornalistas, intelectuais e espiões durante a Segunda Guerra Espanhola.


Hemingway escreveu alguns dos seus famosos romances nesse hotel, como o Sol também se levanta e Por quem os sinos dobram. Nesse livro existe uma passagem onde o personagem principal, Robert Jordan pensa em voltar para Madri no Hotel Florida e tomar uma ducha quente.









A Guerra Civil Espanhola teria sido o primeiro grande teste às vésperas do confronto da II Guerra Mundial, e dele resultaram terríveis massacres, incluindo a destruição de Guernica, que deu origem à célebre tela de Picasso. Na peça, porém, o grupo é bem-sucedido e consegue prender numerosos integrantes da quinta coluna. Como tantos personagens de Hemingway, Philip e Preston são homens duros, decididos e guerreiros, enquanto Dorothy parece buscar seu modelo, pelo menos no físico, na terceira mulher do autor, Marta Gelhorn. A clareza e a perfeição dos diálogos, técnica em que ele foi mestre, torna tudo claro e substitui com vantagem longas descrições. Como acentuou um crítico, esse livro revela como poucos o que ficou conhecido como estilo Hemingway, mil vezes imitado e copiado sem sucesso.




 
 Guernica de Pablo Picasso






Embora jamais se entregasse à atividade política, Hemingway foi sempre antifascista e via no assalto franquista imenso perigo para a Espanha, país que amava com verdadeira devoção, intuindo que daquela experiência macabra sobreviria a carnificina da Guerra Mundial, como de fato aconteceu. “A Quinta Coluna”, além de leitura agradável, constitui rico documento humano e histórico, revelando que seu autor dominava com perfeição a técnica de escrever para o palco.






Escrita em 1937, a peça do escritor norte-americano tem um cunho autobiográfico e só tinha sido encenada uma única vez na Europa, em 1944.









“A quinta coluna” subiu ao palco, pela segunda vez na Europa, no teatro Southwark Playhouse, em Londres, até 15 de abril de 2019.




Fontes:
doisponto.com.br
wikipedia.org
google.com
revistasulturae.com.br
pt.euronews.com
The short stories of Ernest Hemingwaym- Fifith Column - The Modern Library - New York

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Dom Casmurro - Machado de Assis

Escrito em 1899, conta a história de amor, ódio e ciúme entre Bentinho e Capitu.

No começo da história Bentinho escuta uma conversa de sua mãe com José Dias, um amigo da família, tratando de seu envio a um seminário, como promessa feita por sua mãe.
Lá ele conhece Escobar, de quem se torna grande amigo.
Depois do curso de direito feito no Largo S.Francisco em S.Paulo, Bentinho casa-se com Capitu, um velho amor de infância. Escobar, por sua vez casa-se com Sacha, e logo tem uma filha, que em homenagem à Capitu, recebe o nome de Capitulina. Enquanto isso, Capitu e Bentinho não conseguem ter o seu filho.




Com o tempo Capitu engravida, e retribuem a gentileza batizando o menino com o primeiro nome de Escobar, Ezequiel.
Segundo Bentinho, o filho de seu relacionamento com Capitu parece cada vez mais com Escobar, morre repentinamente afogado na praia.

Bentinho e Capitu se separam após uma viagem para Europa. Bentinho retorna ao Brasil sozinho e Capitu morre no exterior.

Bentinho nunca reconheceu Ezequiel como seu filho legitimo, sempre atormentado achando que Capitu o traiu.

A especulação sobre um caso amoroso entre Machado e Georgiana surgiu em parte devido à semelhança entre o personagem Capitu e a esposa de Alencar, além de boatos sobre um suposto filho de Machado com Georgiana, chamado Mário de Alencar como citado pelo escritor Humberto de Campos. (suposta traição entre Machado de Assis e José de Alencar)





Por fim Ezequiel morre de febre tifoide, e Bentinho acaba seus dias na amargura e no remorso.
Esse romance, devido a sua trama, a força dos personagens principais e o drama que envolve a história, é um dos maiores romances da literatura brasileira.

A dúvida entre os críticos e os leitores da obra persiste até hoje. Afinal Capitu traiu ou não traiu Bentinho ?





O romance, entretanto, presta-se a muitas leituras, e é interessante ver como a recepção ao livro se modificou com o passar do tempo. Quando foi lançado, era visto como o relato inquestionável de uma situação de adultério, do ponto de vista do marido traído. Depois dos anos 1960, quando questões relativas aos direitos da mulher assumiram importância maior em todo o mundo, surgiram interpretações que indicavam outra possibilidade: a de que a narrativa pudesse ser expressão de um ciúme doentio, que cega o narrador e o faz conceber uma situação imaginária de traição.


Machado de Assis, autor sutil e de penetração aguda em questões sociais, arma o problema e testa seu leitor. É impressionante como isso vale ainda hoje, mais de um século depois do lançamento do livro. O romance é a história de um homem de posses que ama uma moça pobre e esperta e se casa com ela. Em sua velhice, ele escreve um romance de memórias para compreender melhor a vida.









Capitu, até a metade do livro, é quem dá as cartas na relação. É inteligente, tem iniciativa, procura articular maneiras de livrá-lo do seminário etc. Trata-se de uma garota humilde, mas avançada e independente, muito diferente da mulher vista como modelo pela sociedade patriarcal do século XIX. Nesse sentido, Capitu representa no livro duas categorias sociais marginalizadas no Brasil oitocentista: os pobres e as mulheres. A personagem acabará por “perturbar” a família abastada, ao casar-se com o homem rico.












Percebe-se, por isso, o peso do possível adultério em suas costas. Não se trata apenas de uma questão conjugal entre iguais, mas de uma condenação de classe. Bentinho utiliza o arbítrio da palavra para culpar sua esposa. Mas é ele quem narra os acontecimentos e, por isso, pode manipular os fatos da maneira que melhor lhe convém. Não se sabe até que ponto os fatos relatados correspondem ao que ocorreu, ou são uma interpretação feita pelo personagem, que, além de tudo, escreve que não tem boa memória.





O assunto da 'culpa' ou 'inocência' de Capitu é fonte de permanente discussão. No romance, o foco narrativo está centrado em Bento Santiago, o Dom Casmurro, favorecendo, portanto sua visão de que ela seria, de fato, adúltera. A escritora Lygia Fagundes Telles, por exemplo, que chegou a publicar artigo demonstrando a culpa de Capitu, em 2009 declarou ter percebido, afinal, que Capitu era inocente. O debate em torno dessa personagem criada há mais de um século é uma demonstração da força criativa da ficção de Machado. Muito já se debateu sobre a personalidade de Capitu. Um grupo de estudantes de Direito brasileiros inocentou a personagem da acusação de adultério por "falta de provas".


Essa é uma discussão interminável, e cada leitor terá a sua própria convicção sobre o suposto adultério. Às vezes as opiniões podem mudar de acordo com a releitura do livro, como foi no meu caso. Ora achava que Capitu era culpada, ora achava que era inocente.


Acho que Bentinho, usou a desculpa do adultério para justificar a sua culpa por uma vida que poderia ter tido e que não teve.


Nesse sentido, a questão central do livro não é o adultério, e sim como Machado introduz na literatura brasileira o problema das classes e, ainda, de forma inovadora, a questão da mulher. Dom Casmurro coloca no centro de sua temática a menina que não se deixa comandar e, em virtude disso, perturba a ordem vigente naquele ambiente social estreito e conservador.



Fontes:
guiadoestudante.abril.com.br
wikipedia.org
google.com.br
brasilescola.uol.com.br

sexta-feira, 25 de julho de 2025

A acentuação gráfica está relacionada ao uso dos acentos agudo, circunflexo e grave. Os acentos agudo e circunflexo assinalam a sílaba tônica de algumas palavras, de acordo com as regras de acentuação de monossílabos tônicos, oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. Já o acento grave é usado para indicar o fenômeno da crase.


Quais são os tipos de acentuação gráfica? Acento agudo [ ´ ]: usado sobre as vogais da língua portuguesa.
Acento circunflexo [ ^ ]: usado apenas sobre as vogais “a”, “e” e “o”.
Acento grave [ ` ]: usado sobre a letra “a” da fusão entre o artigo “a” e a preposição “a”.
Regras de acentuação gráfica

A seguir, as regras de acentuação gráfica para o uso dos acentos agudo e circunflexo. Palavras proparoxítonas: todas as proparoxítonas, sem exceção, são acentuadas: máquina, ecumênico, índico, óbice, esôfago, última etc.
Palavras paroxítonas:
Paroxítonas terminadas em ditongo crescente, seguido ou não de S: lábio, demência, superfície, língua etc.
Paroxítonas terminadas em “ã”, “ãs”, “ão”, “ãos”, “ei”, “eis”, “i”, “is”, “ons”, “um”, “uns”, “us”, “l”, “n”, “ps”, “r”, “x”: órfã, órfãs, órfão, órfãos, jérsei, móveis, dândi, dândis, prótons, factótum, factótuns, corona vírus, túnel, próton, fórceps, caráter, cóccix etc.
Palavras oxítonas: oxítonas terminadas em “a”, “e”, “o” (seguidas ou não de S), “em”, “ens”, “éis”, “éu”, “éus”, “ói”, “óis”: crachá, patê, jiló, ajudá-los, comê-los, justapô-la, refém, reféns, ele contém, eles contêm, cartéis, escarcéu, mausoléus, ele destrói, tu destróis etc.
Monossílabos: monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, “éi”, “éu”, “ói”, seguidos ou não de S: lá, chás, ela vê, tu vês, pó, pós, réis, céu, rói etc.
Hiatos: oxítonas terminadas em “i” ou “u”, seguidos ou não de S, desde que precedidos de vogal átona, na formação de um hiato: daí, açaís, baú, destruí-la etc. Em hiatos, o “i” e o “u” tônicos (isolados na sílaba ou formando sílaba com S) são acentuados desde que precedidos de vogal: caída, ataúde, saía, egoísta etc. EXCEÇÃO: quando o “i” é seguido de “nh”: tainha, moinho etc.

O uso varia segundo o grupo linguístico ao qual o idioma pertence. Enquanto línguas de origem germânica, como o inglês, não têm acentuação, as latinas, como o português e o espanhol, usam sinais gráficos para marcar as alterações na entonação. 

No francês numa mesma letra é possível a verificação de dois acentos. Ex : Été (verão). Ou três acentos como em préférée (preferida).


O acento tônico em árabe é determinado pela estrutura da sílaba (longa ou breve) e pela posição da vogal na palavra.
Sílaba longa: Uma sílaba longa é aquela que contém uma vogal longa (marcada por uma vogal longa, como o alif com fathah - اَ) ou uma vogal breve seguida por uma consoante muda ou outra consoante.
Sílaba breve: Uma sílaba breve é aquela que contém uma vogal breve.
Regras: O acento tônico geralmente recai na primeira sílaba longa antes da última sílaba. Se não houver sílaba longa, o acento cai na penúltima sílaba para palavras dissílabas ou na antepenúltima para palavras tri ou polissílabas.
Exceções: Em alguns casos, a pausa ou elisão (a supressão de um som em uma palavra falada) pode alterar a posição do acento tônico


[ ِ ] Kasrah i curto,
traço sobre a consoante إِنْكِلْتِرَا
ʾinkiltirā - Inglaterra




Fontes:

mundoeducacao.uol.com.br
super.abril.com.br
reddit.com
afrancesados.com
aprender-arabe.com

quinta-feira, 24 de julho de 2025

 A origem do pecado.




Segundo estudiosos da Bíblia o primeiro pecado foi cometido no céu, quando houve a rebelião de anjos liderada por Lúcifer. Há também consenso de que a origem do pecado humano foi terrível escolha de Adão e Eva no jardim do Éden.







E o SENHOR Deus ordenou ao homem: — De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá. Gen.2:16-17

Na tentação do homem e da mulher percebemos o seguinte processo: Insinuação, que Deus era demasiado e severo, duvida quanto ao perigo de comer o fruto, é finalmente, o tentador acusou Deus de ser egoísta. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse a mulher: É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?

“disse a mulher a serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que esta no meio do jardim, disse Deus: não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais”. Então a serpente disse a mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal (GÊNESIS 3:1 – 5).





Mas, afinal o que é pecado ?

Segundo a crença religiosa, pecado é tudo aquilo que contraria as leis divinas e os preceitos religiosos. Mas além disso, pecado é toda transgressão aos preceitos morais, éticos e civis da sociedade.

Os tipos de pecado podem ser classificados em pecados mortais e pecados veniais. Os pecados mortais rompem a comunhão com Deus, exigindo confissão e arrependimento para a restauração da graça. Já os pecados veniais, embora não rompam essa comunhão, podem levar a vícios e impedir o crescimento espiritual. Além disso, existem os pecados capitais, que são aqueles que servem de base para outros pecados e vícios, como soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.

Pecados mortais:

Envolvem matéria grave, consciência plena e consentimento da vontade.
Romper a comunhão com Deus e merecem as penas eternas.
Exigem confissão e arrependimento para a restauração da graça.

Exemplos incluem adultério, homicídio e roubo.

Pecados veniais:

Não rompem a comunhão com Deus, mas impedem o crescimento espiritual.

São pecados de menor gravidade, cometidos com menor consciência ou consentimento.

Podem ser perdoados através de orações e atos de caridade.

Exemplos incluem palavras ociosas ou atos de egoísmo.

Pecados capitais:

São considerados a raiz de outros pecados e vícios.

Os sete pecados capitais são: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.

A tradição católica também destaca pecados que "clamam ao céu", como o sangue de Abel, o pecado dos sodomitas e a opressão dos pobres.

Pecados por pensamentos, palavras, ações e omissões:


Pecados podem ser cometidos através do pensamento, palavras, ações ou omissões.

Pensamentos pecaminosos podem levar a ações pecaminosas, assim como palavras podem causar danos aos outros.

A omissão de ações que deveriam ser realizadas também pode ser considerada um pecado.

Pecados que clamam ao céu:

São aqueles que causam grande sofrimento e injustiça, clamando a Deus por vingança.

Exemplos incluem homicídio, opressão dos pobres e injustiça para com os assalariados.

É importante lembrar que o pecado é uma transgressão contra Deus e que o arrependimento e a busca por perdão são fundamentais para a restauração da relação com Ele.


1. Soberba

A soberba pode ser definida como orgulho excessivo. É a tendência de se considerar melhor do que as outras pessoas. A soberba é o pecado da pessoa extremamente vaidosa, que pensa e age como se estivesse acima de tudo e de todos. O oposto da soberba é a humildade.



2. Avareza

A avareza, também chamada de ganância, é o apego excessivo aos bens materiais e ao dinheiro. A pessoa avarenta é mesquinha, isto é, não gosta de compartilhar o que tem e faz de tudo para ter sempre mais. A avareza é o oposto da generosidade.




3. Inveja

A inveja é a tristeza pelo bem de outra pessoa. O invejoso é aquele que se sente mal pelas conquistas alheias, e é incapaz de ficar feliz pelos outros, como se a vitória da outra pessoa representasse uma perda pessoal. O oposto da inveja é a caridade, o desapego e o altruísmo.




4. Ira

Ira, raiva ou fúria é uma manifestação intensa de indignação que pode levar a agressões verbais ou físicas. O oposto da ira é a paciência.




5. Luxúria

A luxúria, lascívia ou libertinagem é o pecado associado aos desejos sexuais. Para os católicos, esse pecado tem a ver com o abuso do sexo ou a busca excessiva do prazer sexual. O oposto da luxúria é a pureza.




6. Gula

A gula é o pecado associado ao desejo de comer e beber de maneira exagerada, para além das necessidades. Esse pecado tem a ver com a perda de controle em relação ao próprio corpo. O oposto da gula é a moderação.




7. Preguiça

A preguiça é a falta de vontade ou de interesse em atividades que exijam algum esforço, seja físico ou intelectual. Ela pode ser definida como a falta de ação, a ausência de ânimo para o trabalho e outras tarefas do dia a dia. O oposto da preguiça é o esforço, a força de vontade, a ação.




Fontes:

monografias.brasilescola.uol.com.br
google.com
bible.com/pt
esdc.com.br
significados.com.br

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